De saída do PSDB, Eduardo Leite mira candidatura presidencial: ‘Me sinto preparado’

Ao programa InfoMoney Entrevista, o governador gaúcho fala sobre a construção de um 'terceiro polo' para 2026, critica condução econômica do governo Lula e faz balanço do primeiro ano após enchentes no Rio Grande do Sul

Carolina Freitas Marina Mota Silva

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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, está decidido a deixar o partido a que foi filiado desde os 16 anos de idade, o PSDB. Nos próximos dias, o gaúcho de 40 anos vai anunciar qual seu destino. No horizonte, um objetivo: se viabilizar como o candidato a presidente da República em 2026.

“Quando eu sento para conversar sobre o meu destino político, estou discutindo também a construção de uma candidatura presidencial. Eu tenho a aspiração pessoal, eu tenho disposição e me sinto preparado para liderar uma candidatura”, afirmou ao InfoMoney Entrevista.

Eduardo Leite trabalha para liderar um “terceiro polo”, alternativo aos hoje representados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por Jair Bolsonaro (PL). O político prefere o termo “terceiro polo” a “centro”. “Esquece a história de centro, é sobre um terceiro polo, que pode trazer uma conciliação de visões, de um estado mais enxuto, um liberalismo econômico, com bandeiras sociais importantes.”

A negociação mais avançada de Leite se dá com o PSD, de Gilberto Kassab. O articulador, que compõe o secretariado do governador Tarcísio Freitas (Podemos) em São Paulo, afirmou recentemente ver Eduardo Leite como presidenciável.

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Ainda que pontue diferenças em relação a Tarcísio, Leite reconheceu, ao InfoMoney, a possibilidade de uma composição política com o governador de São Paulo com vistas às eleições de 2026. Na perspectiva do gaúcho, Tarcísio concorreria à reeleição no ano que vem. Isso deixaria a pista livre para uma candidatura presidencial de Leite contra Lula, em um cenário em que Bolsonaro seguisse inelegível.

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Enchentes de maio

Ao InfoMoney, Eduardo Leite falou também sobre a trágica enchente de maio de 2024, que matou 184 pessoas, destruiu cidades inteiras no Rio Grande do Sul e deixou a capital Porto Alegre inundada pelas águas do Guaíba por um mês. Vinte e cinco pessoas estão desaparecidas até hoje.

“Eu, infelizmente, tenho essa convicção: [outro evento climático extremo] vai acontecer. Se acontecer no Rio Grande do Sul, estaremos preparados”, disse.

O governador detalhou o plano em curso para melhorar a resposta ao clima extremo e conter eventuais futuras enchentes no Estado. Obras de infraestrutura importantes, como diques, no entanto, ainda estão em fase de estudo ou projeto.

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Rumos econômicos

Leite detalhou os desafios econômicos do Rio Grande, que tem uma dívida de R$ 113,7 bilhões com a União, e disse sentir o Estado menos favorecido pelo governo federal do que outras localidades, que contam, por exemplo, com isenções tributárias.

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, no programa InfoMoney Entrevista. (Foto: Mauricio Tonetto / Secom / Governo do RS)

O governador avaliou a condução econômica do governo Lula e disse não enxergar disposição do presidente em promover reformas e cortes de gastos que seriam necessários para evitar uma crise no futuro.

“O presidente acredita que tem que gastar mais, cria mais programas, acha uma fonte extraorçamentária para sustentar e vai empurrando esse problema para frente”, disse Leite. “Está errado, precisa ser promovido um ajuste. Os indicadores macroeconômicos no curtíssimo prazo não são negativos, mas a trajetória é ruim.”

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Confira os principais trechos da entrevista concedida por Eduardo Leite ao InfoMoney:

InfoMoney: Completa agora um ano da enchente que atingiu o Rio Grande do Sul. Que balanço o senhor faz desse um ano, quais são os aprendizados e quanto o Estado está preparado hoje para lidar com a questão climática?

Eduardo Leite: Foi um momento dramático para os gaúchos, nós sofremos muito com perdas de vidas, com pessoas que estão desaparecidas ainda, e claro com todas as cidades que foram impactadas. É um desastre de proporções nunca antes vistas no Brasil.

A boa notícia é que a gente está superando. Vamos ter um sistema muito robusto, um exemplo para o Brasil, em termos de estrutura de sistema de diagnóstico e de preparação para eventuais novos desastres. Além de compras de equipamentos, como helicópteros, botes, para ter capacidade de resposta, a gente trabalha no planejamento dos sistemas de proteção contra as cheias.

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Sistemas de diques são complexos, tem impacto ambiental, envolve bilhões de reais. O bom é que nós já temos uma garantia de recursos para uma parte substancial desses sistemas de proteção. A União fez um aporte numa conta específica, num fundo que vai financiar esses sistemas. Para alguns deles, a gente já tem projetos mais adiantados. Outros ainda estão em fase de estudos.

Eu tenho certeza absoluta que, ao longo dos próximos anos, o Rio Grande do Sul vai poder ser um bom exemplo a todos os Estados brasileiros de como estar preparado e ter a capacidade de resposta. Aconteceu com o Rio Grande do Sul dessa vez. Mas poderá acontecer ali na frente com outros Estados, como a gente observou no planeta inteiro ao longo desses últimos anos. Eu, infelizmente, tenho essa convicção. Vai acontecer em outros lugares, talvez no Rio Grande do Sul. Se acontecer no Rio Grande do Sul, estaremos preparados.

IM: Nas enchentes do ano passado, além da questão humanitária, houve o desafio financeiro. O Rio Grande do Sul vem de um histórico de crises, dificuldades financeiras, uma dívida com uma União muito grande. Nessa época, no ano passado, o senhor chegou a falar da possibilidade de uma anistia à dívida do Estado. Como está hoje essa questão?

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Leite: O Rio Grande do Sul tem R$ 100 bilhões no estoque da dívida. Quando assumi o governo, o Estado estava com uma liminar sem pagar a dívida e, mesmo assim, estava atrasando pagamentos, salários, hospitais. Nós fizemos reformas profundas, reorganizamos a máquina pública, privatizamos empresas, reformamos carreiras de servidores públicos e a previdência, para dar condição fiscal ao Estado de pagar as suas contas e abrir capacidade de investimentos. Reduzimos de 80% a despesa total com a folha de pagamento sobre a receita corrente líquida para 60%.

Estávamos voltando a pagar, pelo regime de recuperação fiscal, a dívida com a União. A cada ano, o nosso pagamento estava aumentando para a União, até que sobreveio a enchente. A União colocou na mesa a suspensão do pagamento da dívida, fazendo com que o Estado pagasse para uma conta específica destinada à reconstrução. A União não anistia esse valor, ele será pago. O que a União abriu mão foi dos juros, mas o Estado vai pagar, com a correção da inflação, este valor que hoje estamos investindo nas ações de reconstrução. Não foi uma solução ideal.

Outras regiões do Brasil têm uma série de benefícios e incentivos que a nossa não tem. Ou nos alcançam alguns dos benefícios que alcançam as outras regiões, ou parem de nos tirar através do pagamento da dívida. Você tem, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste do Brasil, uma série de benefícios, como a Zona Franca de Manaus, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia. A alíquota interestadual de ICMS, quando envolve esses estados é de 7%. Para nós é 12%. Se eu tiver esses benefícios, o que eu serei capaz no Rio Grande do Sul de gerar de crescimento econômico vai nos fazer poder pagar a dívida sem problema.

É muito pesado, porque é riqueza gerada pelos gaúchos, que o Estado apropria na forma dos impostos que arrecada, só que ao invés de ficarem no Estado tem que mandar para Brasília, e Brasília por sua vez não manda para nós as mesmas coisas que manda para outras regiões.

Nós nos insurgimos e demandamos da União uma nova postura. Agora o Governo Federal apresentou o Propag, que é um novo programa de pagamento das dívidas. Só que ele não resolve a dívida, ele ameniza.

IM: Esse caminho de uma isenção tributária voltada para o Rio Grande do Sul chegou a ser negociado com o governo federal?

Leite: No episódio da enchente, nas negociações o foco foi em como auxiliar a reconstrução do Estado e os investimentos para a resiliência. A União fez operações de crédito com subsídio através do fundo social, via BNDES e bancos credenciados. Fizeram a negociação da dívida e tem o aporte da União dos R$ 6,5 bilhões para financiar um fundo da construção dos sistemas de proteção contra as cheias.

IM: O senhor vem se destacando como uma liderança nacional e é conhecida a prioridade que deu para a questão econômica do Rio Grande do Sul. Qual a sua avaliação da condução da economia do Brasil, do trabalho do ministro Fernando Haddad e do presidente Lula?

Leite: O país tem a necessidade de reformas estruturais. Algumas foram conduzidas nos anos mais recentes, como reforma trabalhista, reforma na Previdência, que já se revela insuficiente.

IM: Seria necessária uma nova reforma da Previdência no Brasil?

Leite: Me parece muito claro que a gente vai ter que fazer uma nova discussão. Vamos ter que encontrar fórmulas de ajuste dinâmico das idades de aposentadoria, porque há um aumento da expectativa de vida, um envelhecimento da população. O ideal talvez fosse encaminharmos algo que vá de acordo com esse aumento da expectativa de vida e do próprio balanço do impacto do custo previdenciário sobre o orçamento, ajustando a idade de um lado e alíquotas de outro.

De 2023 para 2024, a carga tributária no Brasil alcançou 32% do PIB, aumentou 2%, em função dos impostos federais da arrecadação federal. Isso está pesado para a nossa economia, especialmente quando não se devolve para a sociedade na forma de serviços e investimentos. Não se devolve porque boa parte dessa arrecadação está servindo para pagar o passivo previdenciário. Não é culpa dos aposentados e das pessoas, é o sistema que se estabeleceu. Nós vamos ter que enfrentar esse tema.

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, no programa InfoMoney Entrevista. (Foto: Mauricio Tonetto / Secom / Governo do RS)

IM: Quais outras reformas o senhor considera importantes para o país?

Leite: Uma reforma administrativa, alinhar incentivos no serviço público para que seja mais produtivo e tenha uma performance melhor. Eventualmente teremos que falar de privatizações. Tudo para trazer o custo da máquina pública para aquilo que o contribuinte está disposto a pagar. Não adianta tirar do teto de gastos, arcabouço fiscal, bota isso à parte no orçamento, faz uma exceção. Tudo isso gera um risco para o futuro do país, de incapacidade fiscal. O país corre um risco de paralisia ali na frente. Se é risco, é custo.

Não tem nenhum apetite por parte do presidente Lula de fazer essas reformas. O presidente acredita que tem que gastar mais, cria mais programas, acha uma fonte extraorçamentária para sustentar e vai empurrando esse problema para frente. Está errado, precisa ser promovido um ajuste. Os indicadores macroeconômicos no curtíssimo prazo não são negativos, mas a trajetória é ruim.

IM: Vamos falar sobre política? A sua saída do PSDB já é uma decisão tomada. Sua ida para o PSD também? Ou existem outras possibilidades?

Leite: O PSDB a que eu me filiei há 24 anos está deixando de existir. Tomou-se uma decisão de fazer uma fusão com o Podemos e, provavelmente, essa fusão vai ensejar um novo nome, um novo número, uma nova marca, um novo programa partidário. O PSDB, no formato que historicamente se apresentou para a população brasileira, está saindo do cenário. Vai ser um novo partido.

Isso enseja para mim uma discussão sobre meu futuro partidário, porque eu estou há 24 anos num partido que vai deixar de existir. Se ele vai deixar de existir, eu preciso entender em que condições esse novo partido se arranja e, eventualmente, olhar no espectro político brasileiro onde pode haver uma agremiação partidária que corresponda ao que eu penso da economia, da organização da máquina pública, da visão de mundo que eu tenho.

E, sim, o PSD é um partido que acabou sendo o destino de vários tucanos. Boa parte dos membros do partido tem uma visão de mundo muito semelhante ao que nós no PSDB sempre buscamos apresentar. Nós estamos dialogando, estamos conversando. Tem muita gente que nos acompanha, deputados, prefeitos. Eu tenho uma responsabilidade com as forças políticas locais.

Esse diálogo eu estou intensificando nesses dias para, muito em breve, poder apresentar uma decisão. Temos uma boa conversa com o PSD e é uma possibilidade à luz.

IM: O senhor tem um prazo para tomar essa decisão?

Leite: Eu imagino que ela deve acontecer nos próximos dias. Chega uma hora que a decisão precisa ser tomada e eu imagino que, nos próximos dias, ela estará suficientemente madura.

IM: O presidente do PSD, Gilberto Kassab, acenou ao senhor com uma eventual candidatura à Presidência da República. Isso seria definidor na sua decisão?

Leite: Sem dúvida. Tem aspectos locais e tem a questão nacional. Na questão nacional, o que mais me angustia, o que eu mais desejo ver nesse próximo processo eleitoral é uma alternativa à polarização. A gente precisa construir um caminho que traga o Brasil de volta para sensatez, para o equilíbrio e para enfrentar problemas crônicos que nós temos. Então, sim, quando eu sento para conversar sobre o meu destino político, estou discutindo também a construção de uma candidatura presidencial.

Eu tenho a aspiração pessoal, eu tenho disposição e me sinto preparado para liderar uma candidatura. Mas eu não coloco a minha aspiração pessoal à frente de um projeto de país, e esse projeto de país é que a gente vai ter que intensificar a discussão ao longo dos próximos meses.

IM: O senhor se coloca como pré-candidato à Presidência. Acha possível romper essa polarização? Nas últimas eleições, vimos o centro patinando.

Leite: Eu reconheço que não é uma tarefa fácil, porque os polos ganham muito a audiência com opiniões radicais sobre assuntos que incendeiam grupos específicos e que acabam dificultando o surgimento de uma alternativa. Mas eu tenho absoluta certeza de que há também um grande contingente de brasileiros que não se sente representado nessa polarização.’

Da minha parte, esquece a história de “centro”. Não é sobre centro, é sobre um terceiro polo, um polo que pode trazer uma conciliação de visões que estão hoje num campo mais à direita ou mais à esquerda. Mais à direita, a questão de uma economia mais liberal, de um estado mais enxuto, de privatizações, de apoio ao empreendedorismo, mas sem trazer aquele aspecto do conservadorismo, que não deixa as pessoas serem livres. Eu discordo disso. Do lado da esquerda existem bandeiras sociais importantes, mas que não serão sustentáveis se não houver um respaldo de uma máquina pública que funcione adequadamente, que tenha a capacidade fiscal de sustentar esses programas.

Acho muito importante a gente ter a construção de um terceiro polo, que polarize sim com os dois que estão aí e ganhe audiência suficiente para poder mostrar que tem alternativa e que ela pode ter viabilidade eleitoral.

IM: O que pesquisas internas mostram para o senhor em relação ao ambiente para que se viabilize uma candidatura que rompa com a polarização?

Leite: Pesquisas eleitorais nesse momento pouco falam sobre a efetiva viabilidade eleitoral. Você tem que olhar na pesquisa os sentimentos do eleitor. Por exemplo, observar a desaprovação ao presidente Lula, a manifestação sobre como Bolsonaro deve ser tratado em relação à tentativa de golpe. Há sim uma parcela importante da população brasileira que busca uma alternativa. Nós temos que ser capazes de construir essa alternativa.

Minha trajetória política, ao ter enfrentado uma crise fiscal violenta no meu Estado, depois a pandemia, estiagens, enchentes… tivemos um contexto muito adverso e mesmo assim somos um Estado que tem as contas em dia e que abriu espaço para investimentos. Saímos de 2% para 10% de investimentos no Rio Grande do Sul, viramos o jogo. Eu quero ter a oportunidade de contar essa história e, a partir dela, mostrar para o Brasil que é possível fazer política com respeito, sem pisar em ninguém, respeitando quem pensa diferente, construindo convergências, atacando os problemas e não as pessoas.

IM: Assistimos a tentativas desde 2018 de fazer frente à polarização, que só se acirrou desde então. O senhor participou dessas movimentações, da tentativa de construção de uma terceira via nas eleições presidenciais anteriores. O que é diferente no cenário para 2026, que poderia viabilizar um candidato de terceira via?

Leite: Na eleição passada você tinha o presidente Bolsonaro buscando a reeleição e o ex-presidente Lula retornando. O PSDB fez as suas prévias, aspectos diversos acabaram fazendo com que o governador João Doria à época vencesse as prévias – não tenho nenhuma mágoa em relação a isso. Acabou que não houve suficiente articulação para constituir esse caminho alternativo.

Eu tenho a impressão de que há agora muita disposição das forças políticas mais do centro para a direita, onde está o apetite reformista, onde está aquele grupo de pessoas que entende que o país vai precisar de reformas para criar um ambiente melhor, mas está distante daqueles que querem rupturas, que defendem impeachment de ministro do Supremo, golpe ou intervenção. Me coloquem distante desses.

IM: 2026 pode ser então o ano da terceira via?

Leite: Eu acredito que sim. O presidente Lula vive o pior momento de avaliação dentre os seus mandatos, infelizmente os prognósticos econômicos não são os melhores. Ok que Lula tenha entrado para tirar alguém de quem as pessoas discordavam mais, como o Bolsonaro, mas não quer dizer que elas estejam felizes e o desejem como líder do Brasil nos próximos anos. Não é nem sobre a questão da idade, mas sobre a forma de fazer política, que está velha, parada lá no passado, não entende que as coisas mudaram.

IM: O senhor falou da situação política do presidente Lula. No outro lado temos Bolsonaro com implicações na Justiça, que possivelmente não poderá concorrer em 2026. Sem Bolsonaro, o nome apontado pela direita seria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Como o senhor se diferencia de Tarcísio?

Leite: Eu tenho uma ótima relação com o governador Tarcísio, compartilhamos de muitas convergências, como em termos de privatizações, de reformas. Temos também diferenças, principalmente da relação que ele tem com o ex-presidente Bolsonaro e na defesa dele de anistia para quem participou daqueles atos no 8 de janeiro.

Entendo que deva haver uma dosimetria diferente das penas, mas as pessoas têm que ter uma consequência. Quem defende responsabilização de criminosos não pode defender que quem foi lá e arrebentou com espaços públicos relevantes da República, como o Supremo Tribunal Federal como o Palácio Planalto, seja anistiado. Eles defendem a polícia dura contra alguns, mas quando quebra tudo, se for do campo político deles, não vai ter consequência nenhuma? Está errado. É pedagogicamente importante que haja pena.

Esses pontos é que nos deixam distantes [Tarcísio e Leite]. A composição política envolve concessões de parte a parte. Numa sociedade plural e diversa como a nossa, não se faz política só com quem concorda em absolutamente tudo. Se houver essa disposição, vamos sentar e conversar, tenho apreço pelo governador Tarcísio. Vejo que ele tem muito mais disposição de concorrer à reeleição como governador e é compreensível, porque para São Paulo ele tem uma liderança absoluta muito tranquila.