De olho em 2014, PSDB faz seminário para “salvar” a Petrobras

Esse é mais um dos movimentos do PSDB em resposta à movimentação da presidente Dilma Rousseff, que desde o começo do ano tem costurado politicamente seu projeto de reeleição

Reuters

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BRASÍLIA – O PSDB deu início a um ciclo de seminários em que pretende apresentar nos próximos meses suas propostas para voltar ao poder em 2014, e o alvo das críticas tucanas nesta terça-feira foi a Petrobras, que na avaliação do partido é vítima da gestão política do governo e precisa ser “salva” do PT.

Esse é mais um dos movimentos do PSDB em resposta à movimentação da presidente Dilma Rousseff, que desde o começo do ano tem costurado politicamente seu projeto de reeleição.

O seminário apontou falhas na gestão da estatal, questionou o regime de partilha para exploração de óleo da camada pré-sal e a política de conteúdo nacional orientada pelo governo.

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Segundo o PSDB, a Petrobras perdeu em dois anos 47,7 por cento do seu valor de mercado, e está sendo vista com desconfiança pelo mercado.

“Após registrar aumentos médios de 10 por cento na produção de petróleo entre 1995 e 2002, a Petrobras viu esse índice despencar para 2,4 por cento ao ano, desde que o PT chegou ao poder. Já a dívida líquida da empresa saltou de 26 bilhões de reais para mais de 130 bilhões entre 2007 e 2012”, diz um trecho do folheto entregue pelos tucanos no Congresso.

Entre 1995 e 2002 o Brasil era governado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, atual presidente de honra do PSDB.

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“Cabe a nós da oposição com a responsabilidade que temos para com o Brasil… estar atentos vigilantes, denunciando, condenando e cobrando os abusos, mas principalmente apresentando propostas e alternativas a isso que está aí”, disse o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que deve ser o candidato do partido à Presidência em 2014.

Segundo ele, é preciso rever o modelo de partilha adotado pelo governo para a exploração da camada pré-sal, retirando a obrigatoriedade para que a Petrobras seja operadora única dos campos a serem licitados por esse modelo.

“Hoje é irreal e contraproducente manter a obrigatoriedade de 30 por cento da Petrobras em cada um dos campos”, criticou Aécio. O tucano disse ainda que é favorável à regra de conteúdo nacional para as compras da estatal, mas que ela deveria ser flexibilizada porque tem metas muito elevadas.

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Outro ponto da atual gestão da Petrobras criticado no seminário tucano foi a não equiparação dos preços da gasolina nas refinarias aos patamares praticados pelo mercado internacional. Segundo o engenheiro Wagner Freire, ex-diretor da estatal que foi convidado para o evento do PSDB, a Petrobras continuará amargando prejuízos sem a equiparação.

A Petrobras vende atualmente derivados do petróleo no mercado interno a preços inferiores aos praticados no mercado internacional, por não ter repassado recentemente a totalidade dos maiores custos com petróleo. Com isso, o governo federal, controlador da companhia, evita maiores altas na inflação.

Neste ano, a Petrobras já anunciou duas altas nos preços do diesel e uma para a gasolina, após outros reajustes em 2012, num movimento que busca alinhamento dos valores com a cotação internacional em uma perspectiva de médio e longo prazos.

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Segundo Aécio, os próximos seminários dos tucanos vão discutir as concessões anunciadas pelo governo recentemente na área de logística, os problemas de competitividade da economia e as questões federativas.

Procurada, a Petrobras informou que deve se manifestar para responder às críticas dos tucanos ainda nesta terça-feira.