De CPMF a colaboração de Lula: as principais frases dos novos ministros de Michel Temer

Assim como o próprio peemedebista, ao menos cinco de seus 23 ministros concederam entrevistas à imprensa nesses cinco dias de novo governo

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Cinco dias após a posse de Michel Temer como presidente interino com o afastamento de Dilma Rousseff, que responderá processo de impeachment no Senado, alguns dos novos ministros já concederam entrevistas à imprensa, para além das rotineiras reuniões e coletivas. Assim como o próprio peemedebista, que falou ontem com exclusividade ao programa Fantástico, da TV Globo, titulares de pastas fizeram considerações sobre o cenário de crise política e econômica, além de reflexões acerca do complexo contexto nos planos social, ideológico e até mesmo internacional.

Confira o que disseram cinco dos 23 ministros do governo interino à imprensa nos últimos dias:

Henrique Meirelles (Bom dia Brasil e Fantástico)

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“Tem que se analisar se é necessário um imposto temporário, de um prazo determinado, ou idealmente que não haja. Mas a ideia é que essa decisão não seja tomada precipitadamente”.

“O mais importante é assegurar a aposentadoria no futuro dos brasileiros. Não é estarmos prometendo valores e coisas que não podem ser cumpridas, porque não são financiáveis”.

“Haverá uma idade mínima de aposentadoria. O que estamos estudando é exatamente quais são as regras de transição”.

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“Agora o que nós temos que fazer é exatamente controlar estas despesas principalmente aquelas despesas que não são tão necessárias. Tem que se baixar as despesas e colocar cada vez mais próximo do que o país ganha e que o governo arrecada”.

“Uma série de medidas fortes que vão ser tomadas. No momento em que todo mundo começar a acreditar nisso, todo mundo começa a acreditar que a inflação vai cair”.

“Soluções fáceis e imediatas podem agradar no primeiro mês, dois meses, mas depois ele vai reclamar muito porque vai acabar subindo”.

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Gedel Vieira Lima (O Estado de S. Paulo)

“Queremos sobretudo gerar confiança, previsibilidade e diálogo para que as medidas, metas e parâmetros que forem estabelecidos sejam cumpridos”.

“Vamos tentar fazer com a urgência necessária que a economia precisa, que a sociedade quer, mas com a cautela exigida para que não sejam cometidos erros”.

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“Na medida em que a economia embique para cima, tenho absoluta certeza que a sociedade como um todo e os movimentos sociais vão apoiar o governo”.

“Não vamos vender ilusões. O que o mercado, o povo brasileiro e o mundo quer é um País previsível, com segurança jurídica, que desperte o apetite do investidor”.

“Tenho apreço, muito carinho e respeito pelo ex-presidente Lula. Não tenho nenhuma dificuldade de diálogo com ele e tenho certeza de que, passado esse momento de emoção, o Lula, na condição de ex-presidente, haverá de dar sua contribuição para o distensionamento. Não creio que alguém que presidiu o País possa querer que o Brasil afunde ainda mais nesta crise econômica”.

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José Serra (Globo)

“Nossa preocupação é esclarecer as inverdades que têm sido ditas a respeito do processo brasileiro [de impeachment]. Tudo o que está acontecendo está previsto dentro da Constituição, está dentro da legalidade democrática. As liberdades democráticas no Brasil estão garantidíssimas”.

“Quanto maiores as falsidades, mais forte será o tom. Quanto menores, menos forte será o tom”.

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Alexandre de Moraes (Folha de S. Paulo)

“Não tenho nenhuma dúvida de que a Lava Jato é uma belíssima operação porque foi feita com uma estratégia de investigação. É um símbolo de combate à corrupção. Se houver fatos que levem a pessoas, não importa se são do partido A, B, ou C –elas serão responsabilizadas. Eu jamais permitiria que o MP ou a PF escolhessem investigados”.

“O presidente da República tem essa liberdade constitucional [de indicar o procurador-geral que não foi eleito pela categoria] dentro desses requisitos. Não é algo arbitrário. É uma questão de freios e contrapesos. O poder de um MP é muito grande, mas nenhum poder pode ser absoluto”. Ele defende que não é necessário indicar o mais votado da lista tríplice para a PGR, prática adotada pelas gestões petistas.

“O cumprimento da lei, com firmeza, é [visto como] truculência. Se há uma invasão de índios e a determinação judicial de retirada, toda negociação vai ser feita. Agora, se houver um impasse, a lei vai ser cumprida. O poder público não tem o direito de desrespeitar uma ordem judicial, dentro da razoabilidade e apurando, como eu sempre apurei, qualquer excesso”.

“Todos têm o direito de se manifestar, sem armas, de forma pacífica e com prévia comunicação às autoridades, à Polícia Rodoviária e à PF. O poder público tem que se prevenir, organizar e garantir que o protesto não fira os demais direitos. Nenhum direito é absoluto”.

“Vamos começar de cara com essa gestão mais importante que é proteger a vida da mulher. Não vai haver qualquer retrocesso. Vai haver um avanço gigantesco em relação à proteção da mulher”.

Romero Jucá (Globonews)

“Tenho a plena confiança de que o ministro Henrique Meirelles vai conduzir muito bem o caminho da política econômica do Brasil”.

“Nós temos que dar o exemplo. O governo não pode pensar em criar impostos antes de fazer cortes, animar a economia e fazer caminhos que alternativamente possam levar ao crescimento e combate à inflação. Da forma como estamos em uma recessão, começar um governo com impostos é dar uma ducha de água fria na produção, nos agentes econômicos e é dar um mau exemplo”.

“Temos que fazer o dever de casa, nós temos de fazer cortes, nós temos de projetar concretamente e com credibilidade os números futuros. Não adianta o governo, que teve no ano passado um déficit de R$ 180 bilhões, chegar em janeiro do outro ano e dizer que vai ter um superávit de R$ 20 bilhões. Isso é inexequível. O governo tem que falar a verdade”.

“A curto prazo, não haverá aumento de impostos, pelo menos é o que eu tenho visto na posição do presidente Michel e do próprio ministro Meirelles. E, no futuro, se for necessário, depois dessa construção, algo transitório, algum tipo de aumento de carga tributária, isso terá que ser conversado e discutido com os setores produtivos, para ver como impacta menos o processo de crescimento no Brasil”.

“Essa meta de –R$ 96 bilhões já é uma meta desatualizada, porque nesse cálculo não estão a questão da renegociação da dívida com os estados e no fato de que a própria receita da União tem caído, mais do que a expectativa do Orçamento. Vamos atualizar esses números e teremos já na próxima semana uma proposta básica que seja mais crível, factível. O governo recuperar a credibilidade é algo fundamental para que a política econômica dê certo, então o governo tem que falar claramente a verdade e mostrar isso à população”.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.