Datafolha liga sinal “amarelo” para governo com reeleição de Dilma em risco

LCA ressalta trajetória de queda da presidente Dilma, mostrando fragilização do projeto de reeleição e aumento da rejeição à candidata

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As análises aos números do Datafolha divulgados na noite de ontem mostram que a reeleição da presidente Dilma Rousseff pode estar em risco. A pesquisa apontou que o percentual de intenção de voto da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno oscilou dois pontos percentuais para baixo. Em 15 dias, entre as pesquisas dos dias 1 e 2 de julho e 15 e 16 de julho passou de 38% para 36%, enquanto Aécio ficou estável em 20%. Eduardo Campos quase não se mexeu, “escorregando de 9% para 8%”. Considerando os chamados nanicos, os oponentes de Dilma têm exatamente os mesmo 36% da presidente.

Porém, o cenário de destaque ficou para o segundo turno contra Aécio, Dilma também oscilou dois pontos percentuais para baixo (46% para 44%), enquanto o tucano foi de 39% para 40%. Contra Campos, a queda de Dilma ultrapassou a margem de erro. Foi de 48% para 45%. O ex-governador pernambucano subiu de 35% para 38%.

A LCA Consultores destaca que nenhuma mensuração feita pelo Datafolha mostrou variação acentuada, com a maior parte das altas e baixas ficando dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Além disso, o empate entre Dilma e os demais candidatos no primeiro turno indica que a presidente, se a eleição fosse hoje – e se os números do Datafolha estiverem corretos – poderia se reeleger no primeiro turno.

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Porém, “mesmo assim, a leitura conjunta dos números do Datafolha traça um quadro negativo para a candidatura governista. Reforça o viés de queda da perspectiva de reeleição da petista”, aponta a consultoria.

Desde o começo do ano, Dilma está em trajetória de queda. Durante o auge do entusiasmo do brasileiro com a Copa, ela ganhou algum fôlego, mas, considerando o Datafolha de ontem, a animação com a Copa não foi suficiente para reverter a tendência de encolhimento da candidatura governista, a qual fica mais evidente quando se consideram os cenários de segundo turno, avalia a LCA. Isso porque a vantagem de Dilma contra Aécio no segundo turno desabou de 24 para 4 pontos percentuais entre meados de fevereiro e a pesquisa de ontem. Contra Eduardo Campos, caiu 25 pontos (de 32 para 7).

“A fragilização do projeto de reeleição evidencia-se mais ainda quando se leva em conta que a rejeição à candidata petista e a aprovação ao governo estão em pior situação do que auferida nesta mesma fase da campanha pelos concorrentes que venceram as seis disputas presidências desde 1989”, ressalta a LCA.

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Desta forma, a trajetória da disputa presidencial, conforme retratada pelas pesquisas – ao menos pelo Datafolha – está assumindo contornos nitidamente desfavoráveis à reeleição. Por outro lado, a direção ainda pode mudar. “No momento, contudo, já se pode dizer que aponta de maneira consistente para a possibilidade de Dilma perder a eleição”, avalia. 

E, apontam os economistas da consultoria, para adicionar mais uma pitada de dificuldade à reeleição de Dilma, é interessante notar que os desconfortáveis números do Datafolha para a candidatura incumbente foram divulgados no mesmo dia em que o resultado do Caged de junho foi muito ruim. A criação de empregos formais teve o pior mês de junho em 16 anos, com a criação de 25.363 vagas no mês. 

Conforme apontou o cientista político e especialista em pesquisa eleitoral Sidney Kuntz ao Brodcast Político, da Agência Estado, o resultado da pesquis acende um “sinal amarelo” para o governo. “A presidente Dilma (Rousseff) chegou num limite. O sinal amarelo acendeu”, afirmou.

Kuntz pondera que, ao contrário do que era aguardado pela oposição, a Copa do Mundo e a eliminação do Brasil da competição não tiveram impactos diretos no resultado do levantamento. Para Kuntz, o “resto do jogo” eleitoral agora será focado nos debates e nas propagandas de rádio e TV. “A oposição tem o desafio de se tornar conhecida”, disse.

(Com Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.