Datafolha “confunde” mercado: por que Petrobras não disparou como antes?

Abertura com alta de 1,5%, virada para queda minutos depois, ganhos de 2% por volta do meio dia e fechamento no negativo; ação não reagiu com a mesma euforia vista em pesquisas anteriores

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – A máxima de que o mercado sobe enquanto Dilma Rousseff cai nas pesquisas de intenção de voto foi por água abaixo nesta sexta-feira (9). As ações da Petrobras (PETR3PETR4) tiveram um movimento de forte volatilidade no início desta sessão mas consolidaram um desempenho negativo durante a tarde e fecharam em queda pelo 2º dia seguido, mesmo com a pesquisa Datafolha mostrando maiores chances de um 2º turno.

Após chegarem a subir 1,5% na abertura, os papéis preferenciais logo viraram para queda de quase 1%. Por volta do meio dia, o movimento altista voltou e elas chegaram a subir 2,0%, sinalizando que o otimismo iria se manter no último dia da semana. Contudo, o papel engatou um movimento de queda a partir do topo de R$ 18,24, acelerando as perdas até às 15h. No final do dia, os ativos PETR4 fecharam a R$ 17,67, queda de 1,17% em relação ao pregão anterior. Os papéis PETR3 seguiram o mesmo movimento e caíram 0,95%, encerrando o dia a R$ 16,66.

Nesta sexta, repercutiu mais uma queda na distância entre Dilma Rousseff e Aécio Neves na pesquisa Datafolha divulgada no jornal Folha de S. Paulo nesta sexta. A atual presidente caiu de 38% para 37% nas intenções de voto, enquanto o candidato tucano subiu de 16% para 20%. No entanto, os papéis da petrolífera não mostraram o mesmo ímpeto de outras sessões pós-pesquisas eleitorais, mesmo após terem caído quase 4% ontem na Bovespa.

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Vale mencionar que hoje a noite teremos o balanço do 1º trimestre da estatal, que deve mostrar um resultado ainda mais fraco por conta dos impactos do PDV (Plano de Desligamento Voluntário).

Por que não subiu?
Mas por que esta volatilidade e tão grande no início da sessão e por que esta falta de ímpeto para engatar altas tão fortes quanto a das primeiras pesquisas eleitorais Conforme ressalta a equipe de análise da XP Investimentos, a “indecisão” dos investidores da companhia nos minutos iniciais do pregão deve-se a dois fatores. O primeiro deve-se à redução do efeito da divulgação de pesquisas  eleitorais, já que o mercado vem precificando desde metade de março uma queda nas intenções de voto para Dilma Rousseff.

As ações da companhia, cabe lembrar, vem registrando um forte movimento de alta nos últimos dois meses, em meio ao forte rali eleitoral. Entre 17 de março, data em que foi apontado os rumores das primeiras pesquisas eleitorais de que Dilma teria queda na intenção de voto até 7 de maio, os papéis PETR4 registraram ganhos de cerca de 60%

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O segundo motivo: na véspera, rumores apontavam que Dilma poderia mostrar um arrefecimento da queda das intenções de voto, o que foi corroborado pelo Datafolha ao mostrar uma queda de apenas 1 ponto percentual da presidente na preferência do eleitorado, de 38% a 37%, dentro da margem de erro. Ao mesmo tempo, Aécio Neves ganhou 4 pontos percentuais na pesquisa e indicou que a eleição pode ir para segundo turno, o que contribuiu para “confundir” o mercado.

Estes dois motivos por si só podem ter sido suficientes para, em um primeiro momento, frear novas entradas compradoras dos investidores, que já começam a enxergar uma menor relação de “risco x retorno” no ativo ao preço atual. Para os especuladores de plantão, resta agora monitorar como será o andamento da Petrobras nas próximas pesquisas eleitorais.

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Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers