Datafolha: com empate entre Lula e Aécio, avaliação de Dilma já prejudica ex-presidente

Um eventual cenário em que Dilma sofre o impeachment e eleições são convocadas, 33% dos entrevistados pelo Datafolha declararam o seu voto em Aécio Neves, enquanto o ex-presidente Lula recebeu 29% das intenções

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A pesquisa Datafolha revelada no último sábado, um dia antes dos protestos de 12 de abril, mostrou que a aprovação da presidente Dilma Rousseff parou de cair.Contudo, os números não são bons para a presidente já que somente para 13% o governo é “bom ou ótimo”.

Enquanto isso, 60% dos entrevistados acham que a administração é ruim ou péssima, ante 62% em março. Conforme destaca a LCA Consultores, esses números são comparáveis aos piores momentos de Itamar Franco (12% de aprovação em novembro de 1993) e Fernando Henrique Cardoso (13% em setembro de 1999). Apenas superam os números de Collor durante o seu processo de impeachment em 1992: 9% de aprovação. A reprovação de Dilma ocorre em todos os segmentos da população, pesquisados pelo Datafolha.

A estabilidade também se deu em elevado patamar quanto às expectativas pessimistas com o cenário econômico. De acordo com os entrevistados, a inflação aumentará para 78% da população e 70% acha o mesmo para o desemprego. E 58% dos entrevistados acreditam que a situação econômica do país vai piorar.

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E, conforme apontado pelo Datafolha, num eventual cenário em que Dilma sofre o impeachment e eleições são convocadas, 33% dos entrevistados pelo Datafolha declararam o seu voto em Aécio Neves, enquanto o ex-presidente Lula recebeu 29% das intenções. Como a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, Aécio e Lula estão tecnicamente empatados.

E, destaca a LCA, outro resultado negativo para Lula é que apenas 50% dos entrevistados o consideram o melhor presidente do Brasil sendo que, em 2010, esse percentual era de 71%.

Desta forma, avalia a consultoria, “estes números indicam que a piora na avaliação do governo Dilma já prejudica a avaliação de Lula”.

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Os dados do Datafolha
A maioria dos brasileiros acredita que deveria ser aberto um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mostrou o Datafolha. Segundo o relatório, 63% dos entrevistados acredita que, considerando o que se sabe até agora sobre a Operação Lava Jato, Dilma deveria ter o mandato cassado.

Por outro lado, há um grande desconhecimento sobre o que ocorreria caso Dilma deixasse a presidência. Do grupo que defende o impeachment, 37% sabe que se concluído o processo, o vice-presidente é quem assume. Porém, apenas metade destas pessoas sabe o nome do atual vice.

Ou seja, somente 12% dos eleitores que são a favor de um processo de impeachment contra Dilma sabem quem o vice assumiria neste caso e que o atual segundo no comando do governo é Michel Temer (PMDB). A pesquisa, que ouviu 2.834 pessoas, foi finalizada na sexta-feira (10). A margem de erro é de dois pontos.

Apesar da maioria defender a cassação do mandato da presidente, 64% não acredita que Dilma será afastada do cargo, enquanto 29% acham que ela sairia. Já o apoio aos protestos contra a presidente é alto e atinge 75%, enquanto 57% acha que Dilma sabia da corrupção na Petrobras e deixou acontecer. Outros 26% opinam que ela sabia, mas nada poderia fazer para impedir.

Sobre a percepção dos problemas que o País passa, pela primeira vez a corrupção ficou empatada com saúde como a principal preocupação da população. Para 23%, o maior problema é a saúde, enquanto para 22% é a corrupção.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.