Da “DR” de Temer ao barraco entre Kátia e Serra: lavagens de roupa suja dominaram a semana

Semana foi marcada por conflitos na política cada vez maiores, levando até a agressões físicas entre deputados - enquanto isso, na economia...

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A semana pós deflagração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff já começou com perspectivas de ser agitada. Contudo, poucos poderiam esperar que seria tanto assim, com elementos novos a cada dia que contribuíram para o agravamento da crise política e, com isso, também a crise econômica. 

Se contar pelos acontecimentos políticos, a semana parece ter sido mais longa do que o normal, com toda a sorte de acontecimentos. Se no começo da semana o destaque foi a carta de Michel Temer para Dilma Rousseff, a semana se seguiu com a polêmica Comissão de Impeachment, troca de tapas no Conselho de Ética, a guerra cada vez mais explícita no PMDB e, para finalizar, a grande polêmica dos últimos dias: a discussão entre Kátia Abreu e José Serra. 

Enquanto isso, os problemas econômicos se agravam. Nesta semana, o relatório da gestora Verde Asset fez um panorama sobre o cenário atual, ressaltando que “voltamos ao cenário binário de 2014”. 

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Confira abaixo as frases que marcaram mais uma semana agitada na política: 

DR entre Dilma e Temer 

 “É um desabafo que já deveria ter feito há muito tempo (…) Passei os quatro primeiros anos de governo como vice decorativo”
 

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“Entretanto, sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB. Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo”

“PMDB tem ciência de que o governo busca promover a sua divisão, o que já tentou no passado, sem sucesso. A senhora sabe que, como Presidente do PMDB, devo manter cauteloso silencio com o objetivo de procurar o que sempre fiz: a unidade partidária”

Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã”

Michel Temer para a presidente Dilma, em carta-desabafo

O “pós-DR”

“Eu e a Dilma acertamos os ponteiros”

“Combinamos, e eu a presidente, que teremos uma relação pessoal institucional e a mais fértil possível”
Temer

“Na nossa conversa, eu e o vice-presidente Michel Temer decidimos que teremos uma relação extremamente profícua, tanto pessoal quanto institucionalmente, sempre considerando os maiores interesses do país”
Dilma, em nota divulgada à imprensa após reunião entre os dois

“Essa carta marca um posicionamento de distanciamento do PMDB do governo. Independente ou não do processo de impeachment, essa carta é uma largada para a saída do PMDB do governo”
Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, ao avaliar a carta de Temer para Dilma 

“A carta é muito expressiva no sentido de que o PMDB não participou da formulação política e econômica do governo. Mas é uma ‘DR’, uma discussão da relação. Depois disso, volta-se a uma relação mais próxima ou a uma mais distante. Agora, institucionalmente, a relação se manterá”
Eliseu Padilha, ex-ministro da Aviação Civil e aliado de Temer, em entrevista para a Rádio Gaúcha 

Comissão do Impeachment

“Você é um banana e não é guarda da urna”
Deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), que tentou ir a um dos postos de votação para a Comissão de Impeachment e foi impedido por Jorge Solla (PT-BA)

“Banana é você, banana é você”
Jorge Solla, em resposta 

SERRA X KÁTIA ABREU

“O que tenho ouvido é que você tem fama de ser muito namoradeira”
José Serra, para Kátia Abreu, durante jantar natalino na quarta-feira realizado na casa do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE)

“Me respeite que sou uma mulher casada e mesmo quando solteira, ao contrário de você, nunca traí”

 “Você é um homem deselegante, descortês, arrogante, prepotente. É por isso que você nunca chegará à Presidência da República”

“Foi infeliz, desrespeitoso, arrogante e machista” 

 Kátia Abreu

“Muitos brasileiros também avaliam que a briga diz muito sobre um establishment político cada vez mais polarizado e obcecado por si mesmo”
New York Times, jornal americano, sobre a briga entre a ministra e o Senador 

E briga no Conselho de Ética…

“Você que me meteu a mão”
Wellington Roberto, deputado (PR-PB)

“Meti coisa nenhuma”
Zé Geraldo (PT-BA), em uma sessão tensa no Conselho de Ética para decidir sobre o prosseguimento do processo de investigação contra Eduardo Cunha em que os deputados quase partiram para a agressão física 

“A influência dele [Cunha] na comissão vem desde lá de trás. Mas, se ele continuar destituindo relator, trocando líder, manobrando com minorias, vão acabar decretando a prisão dele”
Renan Calheiros, presidente do Senado, sobre Cunha, ao falar sobre as seguidas manobras do deputado para protelar o processo contra ele no Conselho de Ética 

Briga no PMDB

“Prioridade é unificar o PMDB”
Leonardo Quintão (PMDB-MG), novo líder do partido na Câmara após a queda do “governista” Leonardo Picciani (RJ)

Eles (peemedebistas a favor da saída da presidente) estão tentando nos cooptar para o golpe desde julho, mas não nos sensibilizaram. Entendemos que a presidente não cometeu crime de responsabilidade e que a democracia é mais valiosa que qualquer tipo de poder. Mesmo que Leonardo fique sozinho, estará até o final com a presidente”
Jorge Picciani (PMDB-RJ), pai de Leonardo Picciani, reagindo à destituição do seu filho da liderança do PMDB na Câmara 

Isso é uma guerra que não vai parar. O ideal era que se fizesse uma nova eleição. Tem que se resolver politicamente e não no tapetão”
Cunha, criticando as trocas de cargos nas esferas de governo do Rio para tentar aumentar a bancada do PMDB fluminense, o que garantiria a maioria de votos pelo retorno de Picciani 

“Isso pode acirrar os ânimos no partido, provocando inclusive a antecipação da convenção que vai decidir sobre a continuidade do apoio ao governo. E essa antecipação não é boa para o governo”
Michel Temer, para Dilma, aconselhando a presidente a não se intrometer em assuntos internos do PMDB 

Bônus (ou ônus) econômico

“A conta chegou”

“Dados os fundamentos econômicos no Brasil, não resta dúvida de que ainda estamos numa situação muito delicada, e que provavelmente não melhorará facilmente. De certa maneira, voltamos ao mundo binário de 2014, com a indefinição eleitoral”

“… se no dia 31/12/2014 uma cartomante previsse os desdobramentos da Lava Jato, diriam certamente que ela era uma charlatã…. Para a perplexidade da sociedade brasileira, o ano se provou extremamente surpreendente no que toca ao avanço dessa investigação”

“O Brasil sempre foi um lugar onde há um viés muito negativo contra o empresário”

“Curiosamente, o PMDB está no poder indiretamente há 30 anos e é sócio do PT no que tem aparecido de ruim, menos na questão ideológica. Seu único mérito, então, foi não ter permitido que nos tornássemos um misto de Argentina com Venezuela, o que não é pouco..”

Relatório da Verde Asset de novembro

Levy estaria fora?

“Se zerar o superávit, estou fora”

“Um pouquinho irrelevante”

Joaquim Levy, ministro da Fazenda, em uma suposta manifestação na quarta-feira de que sairia caso o Congresso zerasse a meta fiscal de 2016 e, depois, na sexta-feira, ao dizer em palestra que a questão sobre deixar governo por meta zerada é um “pouquinho irrelevante”

“2016 talvez vai ser menos favorável do que a gente teria crido. A questão política é a que é, tem criado grandes impactos”
Levy, ao dizer que o ano que vem deve ser “menos favorável” que a expectativa do governo menos otimista  

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.