Cúpula do PT interdita discussão sobre alternativa a Lula nas eleições

Prisão de ex-presidente explicita disputas internas no partido e dificuldades em definição de rumos

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Um mês após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT dá sinais de falta de rumos e intensas divisões internas. Nos últimos dias, declarações que sinalizavam para qualquer plano alternativo à candidatura de Lula — seja outro nome do partido ou o apoio a alguma candidatura de esquerda — foram alvo de ampla resistência na legenda.

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Neste momento, dirigentes petistas fazem o possível para reagir com energia a esses posicionamentos, desestimulando qualquer plano de virada de página. A ideia é manter a candidatura de Lula mesmo em meio às grandes chances de ele ser impedido de participar da corrida presidencial, emplacado na Lei da Ficha Limpa.

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O ex-presidente cumpre pena de 12 anos e 1 mês pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato, em caso envolvendo um apartamento tríplex no Guarujá (SP). A defesa ainda recorre aos tribunais superiores.

Conforme conta o jornal O Globo, qualquer um que cogite a hipótese de colocar em discussão uma alternativa ao ex-presidente passa a ser tachado de “traidor de Lula”. A contra-ofensiva mais dura tem sido creditada à própria presidente da legenda, senadora Gleisi Hoffmann. A ausência de Lula na liderança da sigla provoca uma desorganização na legenda, visto que o ex-presidente atuava como apaziguador e tinha força política para unir alas distantes no partido.

A possível ausência de Lula das eleições torna nebuloso o cenário para o PT na corrida presidencial. Enquanto o ex-presidente lidera as pesquisas, seus possíveis substitutos apresentam pontuação muito modesta. Além disso, há dúvidas sobre a capacidade de transferência de votos de Lula nas atuais condições. No partido, há quem acredite que a estratégia de manter a candidatura do principal líder do partido até mais próximo das eleições potencializa esses efeitos.

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Por outro lado, as chances menores de êxito na campanha presidencial com outro nome representando o partido e a limitação de recursos que devem ser distribuídos para todas as candidaturas majoritárias e proporcionais abrem espaço para um maior pragmatismo. A alternativa de apoiar Ciro Gomes (PDT), embora atacada veementemente pela cúpula do PT é considerada por alguns quadros do partido, como se observou na fala do ex-governador baiano Jaques Wagner recentemente.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.