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SÃO PAULO – O Ministério Público Federal deverá apresentar ainda nesta quarta-feira a denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de acordo com uma fonte ouvida pelo jornal O Globo. Segundo a fonte, o presidente da Câmara será acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Já segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo e da Folha de S. Paulo, a Procuradoria deve a apresentar entre esta quarta e quinta a denúncia contra Cunha. De acordo com o Estadão, o senador Fernando Collor (PTB-AL) também deve ser denunciado.
A denúncia a ser apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o presidente da Câmara tem como base a acusação do empresário Júlio Almeida Camargo, que confessou em juizo ter pago US$ 5 milhões em propina para o deputado. Cunha nega participação nos crimes.
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O nome de Eduardo Cunha surgiu quando Camargo, cujo acordo de delação premiada foi homologado em dezembro de 2014, cita o deputado como destinatário de propina. O delator respondia ao juiz Sergio Moro se vinha sendo pressionado a pagar propina por Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB em contratos com a Petrobras.
“Julio, realmente nós estamos com um problema, porque eu estou sendo pressionado violentamente, inclusive, pelo deputado Eduardo Cunha”, disse Julio Camargo, atribuindo a frase a Fernando Baiano. “Isso aí vai chegar numa situação muita embaraçosa para mim, mas para você, com certeza vai ser muito mais embaraçosa”, informou.
Ele respondeu a Baiano: “Eu falei, bom, eu estaria à disposição para conversar com o deputado Eduardo Cunha explicar o que está acontecendo. Ele falou: Julio, ele não quer conversar com você. Ele quer receber.”
Camargo afirmou ter se reúnido pessoalmente com o deputado. “O deputado Eduardo Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi extremamente amistoso dizendo que ele não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um débito meu com o Fernando no qual ele era merecedor de US$ 5 milhões”.
As primeiras acusações contra o presidente da Câmara surgiram num depoimento do doleiro Alberto Youssef, o principal operador da propina no esquema de corrupção na Petrobras. Youssef disse que ajudou Julio Camargo a repassar propina para Cunha e outros políticos para facilitar o contrato com a Samsung Heavy Industries. Nos primeiros depoimentos da delação premiada, Camargo disse que não sabia sobre as transações com Cunha. Depois, quando confrontado com depoimentos de Youssef, falou sobre Cunha.
Já o senador Fernando Collor é suspeito de receber R$ 26 milhões em propinas entre 2010 e 2014. Os recursos teriam sido usados para a compra de carros de luxo, que foram apreendidos pela Polícia Federal.
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