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SÃO PAULO – A denúncia da Procuradoria Geral da República contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi apresentada ontem ao STF (Supremo Tribunal Federal) e o governo já avalia o impacto sobre o governo Dilma Rousseff.
Ontem à noite, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, afirmou que haverá uma “guerra política” na Câmara dos Deputados, após a denúncia contra Cunha.
Para o ministro, a denúncia não traz nenhum problema para o governo, mas para o próprio presidente da Câmara. “A denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal e será julgada pelo Supremo. Portanto, o Executivo não tem nada com isso e não imagino que o presidente da Câmara queira se voltar contra o Executivo”. Jaques Wagner disse ainda que o argumento de que o governo interferiu no caso não é razoável.
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Já nos bastidores, os ministros e assessores da presidente Dilma afirmaram para o jornal Folha de S. Paulo, em caráter reservado, que a denúncia contra Cunha criará muita “instabilidade” institucional nas próximas semanas e que a ameaça de um processo de impeachment contra Dilma perde forças. Por outro lado, o Estadão destaca uma previsão de “guerra política”.
“Temos um inimigo enfraquecido. Haverá instabilidade momentânea. Ele vai reunir sua tropa para tentar não ficar isolado, mas sua força diminui, assim como diminui sua força para patrocinar um impeachment. Como um denunciado patrocina a disposição de uma presidente? Complicado”, questiona o ministro para a Folha.
Porém, de acordo com informações da coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o governo Dilma e parte do PT veem que uma eventual saída de Cunha da presidência da Câmara pode ser um “tiro no pé”. Isso porque, sem força para agregar aliados e eleger um sucessor governista para o cargo, os petistas poderiam ter no futuro que se confrontar com um comando do Poder Legislativo mais fortalecido e prestigiado.
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Já Cunha enfraquecido no cargo seria a melhor solução para o governo. Ele ter se tornado um personagem pouco confiável para grupos econômicos em meio à disposição para acionar “pautas-bomba” também o deixaria isolado. Assim, ele no cargo enfraqueceria movimentos de impeachment da chapa Dilma e Michel Temer. Poucos grupos políticos manifestariam disposição para entregar o comando do País ao deputado por 90 dias, até que novas eleições fossem convocadas.
Por outro lado, segundo o Estadão, Cunha avisou a ministros, ao vice-presidente Michel Temer e a líderes do governo que não cairá sozinho, o que foi entendido como uma ameaça de retaliação de quem vê o Planalto por trás da delação premiada de Júlio Camargo.
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