Cunha comenta sua própria prisão pelo Facebook: “decisão absurda e sem nenhuma motivação”

O ex-deputado afirmou que os seus advogados tomarão as medidas cabíveis; Cunha foi preso hoje à tarde no âmbito da Operação Lava Jato

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em nota publicada em sua página no Facebook, o ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) comentou a sua prisão preventiva, decretada pelo juiz Sérgio Moro no âmbito da Operação Lava Jato. 

Cunha afirma que se trata de “uma decisão absurda, sem nenhuma motivação e utilizando-se dos argumentos de uma ação cautelar extinta pelo Supremo Tribunal Federal”. O ex-deputado afirmou que os seus advogados tomarão as medidas cabíveis. 

A ordem de prisão foi expedida por Moro em resposta ao pedido do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba. Na visão dos procuradores do MPF, a liberdade de Cunha representava risco ao andamento do processo, além de entenderem haver possibilidade concreta de fuga. A disponibilidade de recursos ocultos no exterior, além da dupla nacionalidade – Cunha é italiano e brasileiro – também foram argumentos usados pelos procuradores no pedido de prisão. 

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 Em sua decisão pela prisão do ex-deputado, Moro destacou as supostas contas secretas na Suíça, algo que Cunha sempre negou ter. “Enquanto não houver rastreamento completo do dinheiro e a total identificação de sua localização atual, há um risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação. Enquanto não afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que o acusado poderia se valer de recursos ilícitos ali mantidos para facilitar fuga e refúgio no exterior”.

Confira a nota de Cunha na íntegra:

“Tendo em vista o mandado de prisão preventiva decretado hoje pela 13º Vara Federal do Paraná, tenho a declarar o que se segue:

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Trata-se de uma decisão absurda, sem nenhuma motivação e utilizando-se dos argumentos de uma ação cautelar extinta pelo Supremo Tribunal Federal.

A referida ação cautelar do supremo, que pedia minha prisão preventiva, foi extinta e o juiz, nos fundamentos da decretação de prisão, utiliza os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes a outros inquéritos que não estão sob sua jurisdição, não sendo ele juiz competente para deliberar.

Meus advogados tomarão as medidas cabíveis para enfrentar essa absurda decisão.”

(Com Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.