Cunha atua para rachar bloco em torno do PMDB e mostra que ainda tem “poder de fogo”

Quatro partidos que formam o maior bloco da Casa (PP, PTB, PHS e PSC)  e, em parte, PSD, juntamente com o terço da bancada do PMDB na Câmara, já avisou que continuará na oposição ao governo Dilma

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Ontem, o governo não conseguiu quórum suficiente para a apreciação dos vetos no Congresso, o que foi destacado como uma derrota para Dilma Rousseff logo após a reforma ministerial, que deu mais espaço para o PMDB. 

E não foi só Dilma que sofreu revés: depois de assumir os novos ministérios, o PMDB e o líder do partido na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ) tiveram dores de cabeça ontem.

Quatro partidos que formam o maior bloco da Casa (PP, PTB, PHS e PSC)  e, em parte, PSD, juntamente com o terço da bancada do PMDB na Câmara, já avisaram que continuarão na oposição ao governo Dilma. 

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Conforme destaca a LCA Consultores, esse foi um recado expressivo dado ao Planalto.”Com exceção da dissidência peemedebista, os demais pressionam para ocupar postos no segundo escalão do governo. E Eduardo Cunha, apesar do desgaste crescente, ainda mostra condições para influir no comportamento de número expressivo de deputados”, afirma a consultoria.

Juntos, os seis partidos que formam o maior bloco partidário da Câmara, somavam 149 parlamentares. Agora, Picciani liderará o PMDB com 65 deputados e o PEN. Conforme informa a Folha de S. Paulo, o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO) disse que não há mal estar com Picciani. Porém, em privado, líderes das siglas que romperam com o ministro dizem que o peemedebista os excluiu das discussões sobre a reforma ministerial que a presidente promoveu na última semana.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, citando integrantes do governo, a ação para encerrar a aliança tem sido operada nos bastidores por Eduardo Cunha, como forma de “estancar” a ascensão política de Picciani ocorrida após a ampliação da presença do PMDB no ministério.

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A aproximação do líder do PMDB na Câmara irritou deputados ligados ao presidente da Casa e até aliados do vice-presidente Michel Temer. 

Segundo o Estadão, líderes dos partidos que saíram do bloco se reunirão hoje para discutir como se dará o rodízio que farão entre eles. Picciani foi convidado a deixar o bloco após sua adesão ao governo e, para ter uma “saída honrosa”, anunciará que está deixando o grupo. Além da dissolução do bloco, em uma segunda ação direta contra Picciani, alguns deputados  ligados a Cunha também chegaram a ensaiar ontem uma manobra para destitui-lo do cargo, ação que foi abafada após se avançar a estratégia de se dividir o bloco, informa o hornal. 

Depois do recado…
Conforme informa a LCA Consultores, porém, depois de o recado ter sido dado, a expectativa é de que haverá quórum suficiente para abertura da sessão na hora do almoço, o que permitirá a votação de diversos vetos presidenciais, entre eles o reajuste dos servidores do Judiciário e a extensão da correção do salário mínimo a todas as aposentadorias do INSS. Se houver sessão, os vetos serão mantidos.

 “De todo modo, o fracasso governista nesta terça-feira reforça nossa avaliação de que a reforma ministerial foi eficaz para afastar o risco de impeachment, ao menos temporariamente, mas não garante apoio suficiente para a aprovação das medidas do pacote fiscal”, afirma a consultoria. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.