CSHG vê bull market político no Brasil e reduz exposição a ações

Equipe de gestão do Credit Suisse Hedging-Griffo diz estar comprado em inflação implícita e em dólar e destaca intervenções do Estado

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – O Brasil vive um momento de “bull market” (mercado altista) político, fato que torna o investimento no mercado acionário menos atrativo. A avaliação é da equipe de gestão do fundo Verde do Credit Suisse Hedging-Griffo, um dos maiores do mundo.

“A evidência histórica mostra que os mercados acionários passam por quedas estruturais dos múltiplos em períodos de bull market in politics, e essa é uma das razões por que mantemos uma posição menor neste mercado”, justifica-se o fundo em carta mensal divulgada na noite da última quarta-feira (9).

Por outro lado, como o Brasil possui historicamente um viés inflacionário, o fundo gerido por Luis Stuhlberger está comprado em inflação implícita e em dólar.

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BC deu início ao bull market em 2011
A carta explica que um bull market político – termo cunhado em 2008 pelo hedge-fund Clarium Capital – consiste em um cenário de intervenção do Estado na vida das pessoas. Na América Latina, a Argentina peronista e a Venezuela chavista vivem esse período há um longo tempo, enquanto no Brasil o início do bull market pode ser datado de 31 de agosto – apesar de somente reconhecido pelo gestor em abril deste ano -, quando o Banco Central surpreendeu o mercado e cortou a taxa básica de juro em 50 pontos-base.

“Desde então, temos visto uma ação concentrada do governo brasileiro no sentido de reduzir os juros, desvalorizar o câmbio, dar incentivos a determinados setores industriais ao mesmo tempo que força setores vistos como ‘ganhadores’ a aumentarem seus investimentos. O ponto mais recente é a ação do spread bancário”, analisa a equipe de gestão do fundo Verde.

Ursos dão lugar aos touros
Como contraponto, a equipe do CSHG diz que o Brasil viveu 16 anos em um bear market (mercado baixista) político, compreendendo os anos Fernando Henrique Cardoso e Lula. Este período foi marcado por um viés pragmático, no qual o poder do Estado na economia era reduzida. Contudo, para se adequar ao esgotamento do modelo de crescimento brasileiro, com a perda de competitividade e o endividamento dos consumidores, o País teve que retomar uma resposta política aos desafios.

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Da mesma forma, os EUA, que passou por 25 anos de bear market político, iniciou um período de bull market em 2008, já que todas as intervenções governamentais desde a crise financeira só se intensificaram.

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