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SÃO PAULO – O Financial Times destacou mais uma vez o cenário brasileiro, desta vez em sua newsletter semanal para a América Latina. Desta vez, fazendo uma comparação com a economia venezuelana. O jornal britânico afirma que, na maioria dos países, uma queda de 5,4% do PIB (Produto Interno Bruto) não seria motivo de celebração, fazendo referência aos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na quarta-feira (1). Mas o dado foi timidamente comemorado, uma vez que os analistas esperavam uma queda ainda maior, de 6% na comparação anual e de 0,8% em relação ao trimestre anterior.
Contudo, aponta o jornal, o resultado melhor do que o esperado foi em grande parte devido a um consumo maior do governo, algo que justamente o presidente interino Michel Temer quer combater. O FT ressalta que Temer está apostando que as medidas de austeridade vão ajudar a tirar o Brasil da recessão mais profunda da história, dando ao seu governo interino a legitimidade muito necessária no processo de impeachment.
“No entanto, a construção da credibilidade em meio ao maior escândalo de corrupção do Brasil não tem sido fácil. Na segunda-feira, Temer perdeu o segundo ministro em duas semanas: o titular da Transparência Fabiano Silveira, que deixou o cargo após o vazamento de áudios em que ele sugeria obstruir as investigações da Lava Jato”, afirma a publicação. A newsletter do jornal ainda cita a deflagração da Operação Zelotes nesta semana com o indiciamento do presidente do Bradesco (BBDC4), Luiz Carlos Trabuco; a operação já havia implicado a siderúrgica Gerdau (GGBR4) e Joseph Safra, o segundo homem mais rico do País.
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“No entanto, crises políticas e econômicas do Brasil não são nada em comparação com o que vem acontecendo na Venezuela”, afirma a publicação destacando que, enquanto a economia do Brasil começou a trilhar o seu caminho de recessão no final de 2014, a Venezuela já estava sofrendo uma contração profunda.
“Enquanto o FMI espera que a economia do Brasil encolha 3,5% este ano, a economia da Venezuela deve contrair 8%. No Brasil, enquanto a inflação de dois dígitos tem causado preocupação generalizada, os venezuelanos poderão em breve enfrentar a inflação de quatro dígitos. Além disso, enquanto a indústria aérea do Brasil tem sido atingida pela recessão e pela moeda fraca, pelo menos ainda há voos para fora do país. No fim de semana, a Lufthansa suspendeu suas operações na Venezuela, cancelando o único voo entre a Alemanha e os países da América Latina. Latam Airlines, em seguida, a seguiu”, afirma o FT.
E completa: “antes de condenar o seu governo “antidemocrático” e o sofrimento financeiro, os brasileiros insatisfeitos também podem pensar em seus vizinhos pobres”.
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