Crise política e reestruturação da dívida afligem futuro da Grécia

Indefinição sobre pacote de austeridade e possibilidade de moratória preocupam; alguns já dão reestruturação como certa

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SÃO PAULO – O último final de semana fez crescer a percepção de risco do mercado e as preocupações com o futuro fiscal da Grécia. Desde sexta-feira (27) o mercado digere o fracasso das negociações entre governo e oposição para aprovar um novo pacote de austeridade, que viabilizaria nova rodada de resgate ao país. 

Segundo declarações de líderes da oposição, como Antonis Samaras, seu grupo está se sentido chantageado pelas propostas e por isso promete se abster das votações que porpõem medidas polêmicas como a aceleração das privatizações – uma das condições para a ampliação do resgate.

Metas autais já preocupam
Frente à este cenário, crescem os rumores de que a Grécia poderá não receber já a próxima parcela de ajuda prevista no resgate de 2010, da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional) se não tiver atingido as metas fiscais estabelecidas, adverte Jens Peter Sørensen, analista chefe do Danske Bank.

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A definição deste impasse deve vir ainda nesta semana, quando analistas do FMI divulgarão sua avaliação da evolução fiscal do país desde maio do ano passado, o qual deve apontar que Athenas segue tendo dificuldades para cumprir sua agenda de reformas. “Porém, o FMI deverá pagar mesmo assim a próxima parcela de € 12 bilhões prevista no acordo”, pondera Sørensen.

Resgate sem precedentes
Se o caso do antigo resgate já é delicado, quem dirá a nova rodada de auxílio para qual o país caminha. Segundo matéria do Financial Times, divulgada no último domingo, fontes ligadas a líderes europeus garantem que uma nova intervenção, sem precedentes, será divulgada em breve, envolvendo inclusive uma agenda de recompra de títulos da dívida grega junto a investidores privados.

Para tanto, estaria prevista uma injeção de € 30 bilhões e € 35 bilhões, além de € 35 bilhões provenientes da venda de ativos do Estado, que se juntariam a outros € 110 bilhões já previstos no resgate em curso desde 2010.

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No campo dos riscos, outro ponto tem tirado o sono do mercado além das disputas políticas internas. Investidores e diversos agentes de peso no mercado temem que uma possível reestruturação da dívida grega, como por exemplo alterações no calendário de pagamento, sejam encaradas praticamente como uma moratória.

Reestruturação da dívida é certa
Neste sentido, o Société Générale lembra que o mercado dá como certa uma reestruturação da dívida no próximo ano, o que pode ser inferido através da trajetória dos contratos CDS (Credit Default Swap), que em suma são definidos como derivativos de crédito utilizados como uma forma de proteção contra inadimplência. 

“A reestruturação da dívida não é mais uma questão sobre haver ocorrência, mas sim quando irá ocorrer, e o mais importante, como”, dispara o banco francês. “Paradoxalmente, os mercados parecem acreditar que a Grécia irá dar um calote no reembolso da dívida, mas que isso terá apenas consequências limitadas para a Zona do Euro”, completa.

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