Crescimento sustentável do Brasil depende de reformas estruturais, diz Roubini

Em evento sobre os impactos da crise internacional, economista avalia condições para que o País atinja seu potencial de crescimento

Marcel Teixeira

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SÃO PAULO – Em palestra ministrada no evento HSM Management, realizado nesta terça-feira (8) em São Paulo, sobre o futuro do sistema financeiro internacional e o impacto no Brasil e na América Latina, o renomado economista Nouriel Roubini, conhecido pelo mercado por suas previsões catastróficas, afirmou a necessidade de reformas políticas e econômicas para que a economia brasileira tenha um crescimento sustentável e de acordo com seu potencial.

O ex-consultor do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial constatou que, em um mundo onde as economias estão cada vez mais interligadas, a difícil situação econômica e fiscal pelas quais passam os países desenvolvidos afetam, ainda que em menor escala, o crescimento da economias emergentes.“Nenhum país é uma ilha. Havendo turbulências nos países avançados, naturalmente terá uma redução do crescimento dos mercados emergentes através de vários canais de transmissão. O enfraquecimento da demanda por commodities, por exemplo, será prejudicial ao Brasil e demais países da América Latina, levando a uma desaceleração do desenvolvimento econômico”, disse.

Otimismo em relação ao Brasil
Apesar do momento difícil pelo qual vêm atravessando as economias de países avançados, como é o caso dos EUA , Japão e da própria Zona do Euro, Roubini mostrou-se otimista em relação ao Brasil ao listar algumas razões pelas quais acredita no potencial brasileiro. “Adoção de políticas marcoeconômicas positivas, a recente baixa da inflação, um banco central independente, além de um setor bancário bem regulamentado, supervisionado e com liquidez, são alguns dos pontos positivos brasileiros”, na opinião do economista.

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Entretanto, o “Dr. Doom” ou “Dr. Apocalipse” – como é conhecido -, acredita que o Brasil precisa e ainda tem espaço para melhorar em questões primordiais para garantir um crescimento sustentável de sua economia, com investimentos em setores estratégicos como infraestrutura e educação. A peça chave, segundo o economista, é combater as desigualdades para criação de possibilidades econômicas para a população em geral.

“Grandes desigualdades e condições econômicas não favoráveis à população geram instabilidade social e política, dificultando ainda mais um avanço econômico, assim como vem ocorrendo com as revoltas no mundo árabe, a insatisfação da população em Madrid, a ocupação de Wall Street e as greves na Grécia”, exemplificou o economista.

Reformas estruturais são necessárias
Para o Brasil ter um maior avanço econômico de acordo com suas possibilidades e sem alta inflação, o crescimento potencial do País precisa aumentar, fato que só será possível com reformas estruturais, avalia o economista.

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“Se quiser crescer em um ritmo mais rápido, as desigualdades no País também precisam ser resolvidas, questão na qual o Brasil teve grande evolução durante o governo Lula. Além de infraestrutura e educação, problemas como regras que restringem o empreendedorismo, gastos públicos excessivos, sistema previdenciário e tributação excessiva precisam ser resolvidos. O Brasil tem potencial de crescimento de 6% ao ano, bem acima das projeções entre 3% e 4%. Entretanto, sem essas reformas, isso será impossível”, concluiu Roubini.

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