Credit destaca fórmula de reajuste que seria boa tanto para Petrobras quanto para governo

Analistas do banco fizeram um estudo e ressaltaram que reajustes a cada três meses seriam positivos para a Petrobras em meio a maior previsibilidade, mas reduziria volatilidade temida pelo governo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A polêmica com relação à nova metodologia de reajuste de combustíveis, tão desejada pela Petrobras (PETR3;PETR4) ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (26).

Matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo destacou que o governo da presidente Dilma Rousseff está disposto a conceder o reajuste de combustíveis este ano, de modo a aliviar o caixa da petrolífera, mas não está disposto a aprovar a nova metodologia proposta pela companhia. Vale ressaltar que a reunião que irá decidir sobre a metodologia, foi adiada; ela deveria ter ocorrido na última sexta-feira (22), mas passou para o próximo dia 29.

Em meio a essas polêmicas, o Credit Suisse elaborou um estudo com base em dois cenários hipotéticos para o reajuste da companhia: uma fórmula 3X3, considerando ajustes de preços a cada três meses com base na média de preços internacionais para o período, e o segundo, uma fórmula 6X6, com ajustes a cada seis meses, também levando em conta a média as cotações de petróleo no exterior. Para os analistas Vinicius Canheu e Andre Sobreira, a primeira opção, de reajuste trimestral, seria a melhor opção, tanto para a Petrobras e seus acionistas quanto para o governo.

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Se a fórmula 3X3 tivesse sido adotada desde que Graça Foster assumiu a presidência da petrolífera, no início de 2012, a companhia teria mais US$ 12 bilhões do que em relação à metodologia atual de preços, destacam os analistas, o que equivale a 12% do valor de mercado da estatal. Caso a fórmula adotada seja a de reajuste semestral, o 6X6, a geração seria US$ 6 bilhões maior, um montante alto, mas apenas metade da primeira fórmula. 

Por outro lado, caso o reajuste seja feito mensalmente, o impacto seria US$ 13 bilhões maior, o que não é tão diferente do compromisso trimestral. Desta forma, apontam Canheu e Sobreira, a fórmula 3X3 parece ser um bom compromisso: o impacto trimestral é semelhante ao mensal para a Petrobras e seria bom para o governo, uma vez que manteria o objetivo de não passar pela volatilidade dos ajustes mensais.

Alta dos preços e queda da alavancagem: importante para a Petrobras
Caso a fórmula 3X3 tivesse sido adotada nos últimos dois anos, os preços domésticos dos combustíveis seriam na média 14% maior para a gasolina e 18% para o diesel. Já no caso de uma fórmula 6X6, os preços seriam 9% maiores para ambos os combustíveis. 

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Curiosamente, avaliam os analistas, uma fórmula que tivesse espaço de tempo menor, 3X3, não contemplariam aumentos significativamente menores, quando estes acontecessem. O maior aumento pontual de preços teria sido de 14% para a gasolina e de 17% para diesel, enquanto um reajuste semestral seria de 11% e 12%, respectivamente, ainda significativo. Já as maiores reduções pontuais seriam de 9% para a gasolina e de 4% para o diesel.

Os analistas ainda ressaltam a importância do reajuste para a queda da alavancagem da companhia, que cairia para 33% em caso de um reajuste de 6X6 e para 31% com reajuste 3X3. Já a relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) passaria de 3,05 vezes hoje para 2,32 vezes e 1,75 vez, respectivamente. 

“Todos esses números mostram a importância de qualquer fórmula para a Petrobras. Esperamos por uma decisão sensata na sexta-feira”, finalizam os analistas. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.