CPI da Pandemia ouve secretária Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”; acompanhe

Convocação atende a requerimentos apresentados por 5 senadores; secretária do Ministério da Saúde poderá ficar em silêncio sobre determinados fatos

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado Federal retoma os trabalhos nesta semana com o depoimento da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro – conhecida pelo apelido de “capitã cloroquina”. A sessão está marcada paras as 9h (horário de Brasília) desta terça-feira (25). Acompanhe ao vivo pelo vídeo acima.

A convocação partiu de cinco senadores: Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Rogério Carvalho (PT-SE) e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL). Eles alegam que Mayra se notabilizou como defensora do “tratamento precoce” de pacientes com Covid-19 com medicações sem nenhuma comprovação científica.

Os parlamentares querem mais informações sobre a aquisição e distribuição de comprimidos de cloroquina pelo Ministério da Saúde, inclusive para Manaus e para o estado do Amazonas, que tiveram colapso no sistema de saúde no início deste ano, culminando com a falta de oxigênio nos hospitais.

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De acordo com os requerimentos, questões relativas a isolamento social, vacinação, postura do governo, estratégia de comunicação e omissão de dados também devem ser abordadas pelos senadores.

A secretária, que é médica, também terá que dar explicações sobre uma plataforma desenvolvida pelo Ministério da Saúde, o TrateCov, recomendando o uso de cloroquina no combate à Covid-19.

Em depoimento à CPI, o ex-ministro Eduardo Pazuello afirmou que a ideia do aplicativo – por ele descrito como “calculadora que facilita o diagnóstico” – partiu da secretária, mas nunca chegou a ser lançado oficialmente, pois fora “roubado” e “hackeado” ainda em fase de desenvolvimento. Senadores, porém, lembraram que a TV Brasil fez matéria jornalística e transmitiu campanha publicitária sobre o programa.

Mayra Pinheiro é a nona testemunha ouvida pela comissão parlamentar de inquérito, criada para investigar ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia e desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios.

Antes dela, o colegiado já recebeu os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello; o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga; o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres; o ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fabio Wajngarten; o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo; e o ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo.

O depoimento da secretária estava inicialmente marcado para a última quinta-feira (20), mas teve que ser adiado por conta da oitiva de Eduardo Pazuello, que se estendeu por dois dias.

A expectativa é que o clima esquente na CPI, sobretudo após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participar, no último domingo (23), de aglomeração com apoiadores no Rio de Janeiro – ato que teve passeio de moto e contou com a presença de Pazuello, ambos sem máscara. Na última quinta-feira, o mandatário disse, em live nas redes sociais, que voltou a ter sintomas da Covid-19.

A presença de Pazuello, que é general da ativa, em palanque ao lado do presidente, três dias após depor à comissão, foi interpretado por senadores como sinal de provocação. O episódio também gerou mal-estar entre integrantes do Alto Comando do Exército, que viram uma transgressão do regulamento disciplinar da instituição, que veda participação em atividades políticas coletivas.

Para o depoimento desta terça-feira, Mayra Pinheiro poderá permanecer em silêncio se for questionada sobre fatos ocorridos entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, período que coincide com a crise de falta de oxigênio nas UTIs de Manaus. O direito foi concedido pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu a habeas corpus preventivo apresentado pela defesa.

No pedido, os advogados da depoente destacaram que ela, assim como Pazuello, responde a ação de improbidade administrativa apresentada pelo Ministério Público Federal no Amazonas. O processo apura as ações e omissões dos governos federal e estadual no colapso do sistema de saúde na capital daquele estado.

(com Agência Senado)

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