CPI da Pandemia ouve Osmar Terra, conhecido como “padrinho” de gabinete paralelo; acompanhe

Deputado ficou conhecido por previsões equivocadas sobre a magnitude da crise sanitária e pela defesa à tese da “imunidade de rebanho”

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado Federal ouve, nesta terça-feira (22), o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro da Cidadania. Acompanhe o depoimento ao vivo pelo vídeo acima.

O parlamentar é apontado como um dos expoentes do suposto “gabinete paralelo”, montado para aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia de Covid-19.

O convite a Osmar Terra atende a dois requerimentos apresentados por integrantes da comissão: um assinado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), e outro pelos senadores Rogério Carvalho (PT-SE) e Humberto Costa (PT-PE).

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Inicialmente, as solicitações eram de convocação do congressista, mas foram convertidas em convite a pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Ambos os pedidos aprovados pelos membros da comissão citam o depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que disse que “outras pessoas” buscavam desautorizar orientações” da pasta. Segundo ele, o parlamentar teria sido um dos responsáveis por aconselhar Bolsonaro em medidas frontalmente contrárias ao que autoridades sanitárias e seu próprio Ministério da Saúde recomendavam.

Em reunião realizada em setembro de 2020 com a presença de Bolsonaro, Osmar Terra foi apresentado como “padrinho” de um grupo de médicos que apoiavam o uso de remédios sem eficácia contra a Covid-19. Um vídeo do encontro, divulgado pelo site Metrópoles, mostra o virologista Paolo Zanotto sugerindo a formação de um “shadow cabinet” para aconselhar o presidente.

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O parlamentar ficou conhecido durante a pandemia por previsões equivocadas sobre a gravidade e a extensão da crise, pelo rechaço às medidas restritivas adotadas por governos estaduais e prefeituras e pela defesa à tese da “imunidade de rebanho”.

“Em várias oportunidades, Osmar Terra externou sua opinião sobre a forma como deveria se dar o enfretamento à crise. Imunização coletiva não pela vacinação em massa da população, mas por meio da exposição do maior número possível de pessoas. Parece claro que essa estratégia está diretamente ligada aos mais de 400 mil mortos pelo novo coronavírus”, afirmam Costa e Carvalho em requerimento aprovado pela CPI.

Antes da oitiva, os parlamentares deverão deliberar sobre um conjunto de requerimentos com pedidos de informação e convocações de testemunhas para prestarem depoimento junto à comissão. Há 57 itens na pauta.

Na semana passada, o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL) apresentou uma lista com 14 pessoas que passaram à condição de investigadas pelo colegiado.

Nela estão o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e seu antecessor Eduardo Pazuello; o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fábio Wajngarten.

O anúncio ocorreu em coletiva de imprensa concedida ao mesmo tempo em que a CPI da Pandemia ouvia os médicos Francisco Cardoso Alves e Ricardo Ariel Zimerman, defensores do tratamento precoce contra a Covid-19 com base no uso de medicamentos ‒ sem eficácia comprovada para esta finalidade.

Na lista de requerimentos a serem votados nesta manhã estão pedidos de convocação de representantes do Facebook e do Twitter, ambos apresentados pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.

O parlamentar chama atenção para os impactos da disseminação de notícias falsas, especialmente durante a pandemia de Covid-19, através de redes sociais. O estopim para o pedido foram falas do presidente Jair Bolsonaro no sentido de que a infecção pela doença produziria maior imunidade do que vacinas ‒ o que é mentira, segundo especialistas ‒ e novas defesas ao chamado “tratamento precoce” com remédios ineficazes.

“Recentemente, estamos vendo o movimento de interrupção de exclusão de conteúdos falsos ou desinformativos pelas plataformas da empresa, de modo que é essencial que representante da empresa Facebook, que gerencia uma série de plataformas de compartilhamento de conteúdo, compareça a esta Comissão para esclarecer os motivos para a mudança de comportamento”, afirmou o parlamentar no pedido.

Integrantes do chamado G7 – grupo de senadores de oposição e independentes ao governo que compõem a comissão – acreditam que o depoimento de Osmar Terra poderá trazer novos indícios comprometedores ao Palácio do Planalto e dar fôlego às investigações.

(com Agência Senado)

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