Cotado como “plano B” do PT para eleições, Jaques Wagner fala em apoio a Ciro Gomes

"Sou suspeito nesta matéria, porque sempre defendi que, após 16 anos, estava na hora de ceder a precedência. Sempre achei isso. Não conheço na democracia ninguém que fica 30 anos [no poder]", afirmou o ex-governador

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Tido como uma das alternativas disponíveis ao PT na corrida presidencial, o ex-ministro e ex-governador da Bahia Jaques Wagner admitiu, durante ato de centrais sindicais realizado ontem em Curitiba (PR), a possibilidade de o partido aceitar ficar com a vaga de vice na chapa de Ciro Gomes (PDT). As informações foram dadas pelo jornal O Estado de S.Paulo nesta quarta-feira (2).

De acordo com a publicação, tanto o ex-governador como o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad — também tido como alternativa do partido para a eleição presidencial e presente no ato da última terça-feira — defenderam a estratégia petista de manter a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal após condenação a 12 anos e 1 mês pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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Wagner desautorizou a inclusão de seu nome entre os prováveis “planos B” do PT enquanto o partido mantiver a candidatura de Lula. Para o ex-governador, a manutenção da prisão do ex-presidente dificulta a aceitação de alternativas pela cúpula petista. Questionado sobre a possibilidade de o partido aceitar ocupar a posição de vice em uma chapa com Ciro Gomes, contudo, ele confirmou.

“Pode. Sou suspeito nesta matéria, porque sempre defendi que, após 16 anos, estava na hora de ceder a precedência. Sempre achei isso. Não conheço na democracia ninguém que fica 30 anos [no poder]. Em geral, fica 12, 16, 20 anos. Defendi isso quando o Eduardo Campos ainda era vivo. Estou à vontade neste território”, respondeu Jaques Wagner a jornalistas.

Uma articulação das forças de esquerda vem sendo discutida desde que a candidatura do ex-presidente Lula tornou-se mais distante, em função do provável enquadramento na Lei da Ficha Limpa. Para o analista político Richard Back, da XP Investimentos, há muito obstáculos para uma composição petista com Ciro Gomes.

“Ciro é do Nordeste, atual cidadela do PT. O partido vai entregar a liderança da região a ele? É uma conta que não fecha. Claro que para o PT faria sentido ter uma sociedade com Ciro. Ser vice dele, mas com uma sociedade. Até porque Ciro seria o cabeça de chapa, mas o PT um sócio bem grande nesta história. Uma chapa Ciro-Haddad pode vir a acontecer, mas é uma negociação muito truncada, nem um pouco pacífica. Agora, tem gente pensando nisso. De qualquer forma, tanto quanto os outros partidos, o PT vai esperar para ver o que acontece”, observou o especialista.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.