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Os Correios suspenderam nesta terça-feira (2) o contrato com a empresa responsável por operacionalizar pagamentos com cartão de crédito e débito em suas agências próprias. Desde quinta-feira (29), clientes já não conseguiam realizar esse tipo de transação, em razão de falhas no sistema da prestadora dos serviços de pagamento.
Segundo a estatal, a suspensão do contrato segue rito administrativo e cumpre os prazos legais. Em nota, os Correios afirmaram que estão adotando medidas para restabelecer o serviço “no menor prazo possível”.

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A companhia que prestava o serviço é a Berlin Finance, antigo nome da fintech BK Bank, vencedora da licitação realizada em 2021. O GLOBO apurou que problemas técnicos relevantes foram identificados já na quinta-feira passada. O histórico de falhas da empresa pesou na avaliação da estatal, que tomou a decisão de suspender o contrato nesta terça.
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Apesar da proximidade dos fatos, os Correios não confirmam que a medida esteja relacionada às investigações do Ministério Público, Receita Federal e Polícia Federal contra o BK Bank. A fintech foi um dos alvos da operação Carbono Oculto, deflagrada no dia 28, que apura a atuação de fintechs usadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em esquemas de lavagem de dinheiro em todo o país.
BK Bank seria ‘braço financeiro’ do esquema com PCC
A BK Instituição de Pagamento S.A., também conhecida como BK Bank, é citada como uma peça central na engrenagem financeira do grupo criminoso PCC. Segundo as investigações, a fintech atuava como o braço financeiro de captação de recursos e aquisição de empresas, viabilizando a movimentação de valores e a ocultação de sua origem ilícita.
O método principal, segundo as apurações, era o uso de “contas bolsão”, em que valores de diferentes clientes eram reunidos em uma única conta. Esse mecanismo permitia compensações internas e dificultava o rastreamento dos recursos, criando obstáculos ao sistema antilavagem.
O volume de transações consideradas atípicas na instituição é expressivo, somando cerca de R$ 17,7 bilhões em créditos e um valor idêntico em débitos com empresas ligadas ao PCC. Em outro eixo, a BK serviu de canal para uma rede de postos que movimentou mais de R$ 54 bilhões, mas declarou ao fisco apenas 0,17% em tributos, índice considerado incompatível para empresas tributadas pelo lucro real.