Cópias de passaporte, dados pessoais e assinatura comprovam contas de Cunha na Suíça

Os documentos enviados pelo MP suíço mostram o caminho do dinheiro repassado a contas bancárias atribuídas ao parlamentar e familiares, conforme informa a TV Globo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Cópias do passaporte, da assinatura e de dados pessoais do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) comprovam contas bancárias secretas do deputado, da mulher e da filha dele na Suíça, conforme informações da TV Globo. Os dados foram enviados pelas autoridades da Suíça à Procuradoria Geral da República.

Os documentos enviados pelo MP suíço mostram o caminho do dinheiro repassado a contas bancárias atribuídas ao parlamentar e familiares. No total, as contas de Cunha na Suíça receberam nos últimos anos depósitos de US$ 4.831.711,44 e 1.311.700 francos suíços, equivalentes a cerca de R$ 23,8 milhões, segundo a cotação desta sexta-feira (16).

Os investigadores da PGR dizem que os documentos pessoais de Cunha enviados pelo procuradores suíços comprovam que ele era o beneficiário dessas contas

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Nos formulários das quatro contas atribuídas constam como endereço a rua Heitor Doyle Maia, 98, na Barra da Tijuca, no Rio –endereço residencial do peemedebista e da mulher, Cláudia Cordeiro Cruz. Duas contas foram fechadas no ano passado, semanas após as primeiras prisões da Operação Lava Jato.

Em um dos formulários, Cunha justifica a abertura de uma das contas afirmando que pretende manter negócios na Suíça. 

Vale ressaltar que os  documentos apresentados por Cunha para abertura de uma de suas contas na Suíça levaram o banco Julius Baer a estimar seu patrimônio em mais de 37 vezes o que ele declarou à Justiça Eleitoral. De acordo com informações enviadas à PGR, ao fazer a análise de risco do cliente o banco estimou o patrimônio dele em US$ 16 milhões (R$ 61,3 milhões) de acordo com documentos apresentados por ele. Já para a Justiça Eleitoral, Cunha declarou ter patrimônio de R$ 1,6 milhão em 2014. 

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Ontem, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou pedido de abertura de investigação contra o presidente da Câmara. Com a abertura de inquérito, Eduardo Cunha passa a ser alvo de dois processos no Supremo, originados a partir das investigações da Operação Lava Jato. Em agosto, Janot denunciou o presidente da Câmara dos Deputados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Na denúncia apresentada ao Supremo, Janot afirmou que Eduardo Cunha recebeu U$S 5 milhões por meio de empresas sediadas no exterior e de fachada em um contrato de navios-sonda da Petrobras.

O procurador também pediu que Cunha pague U$S 80 milhões pelos danos causados à Petrobras. Janot acusa Cunha de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

(Com Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.