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SÃO PAULO – Além de reforçar a tendência de disputa de segundo turno entre o deputado Jair Bolsonaro (PSL) e o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial, a pesquisa XP/Ipespe divulgada na manhã desta sexta-feira (28) mostrou que o antipetismo hoje atinge a maior parte do eleitorado brasileiro.
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Segundo o levantamento, 60% dos entrevistados dizem que não vão votar em nenhum candidato do PT em outubro. O número supera com folga os 17% que afirmam certamente votar em um nome do partido e os 9% que indicam essa possibilidade sem tanta convicção. Outros 15% estão em dúvida ou não responderam.
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Os detalhes estão no gráfico abaixo:
1) O antipetismo entre eleitores de seis dos principais presidenciáveis:
O curioso é que, em determinadas circunstâncias o antipetismo de uma faixa de eleitores entra em contradição. Isso porque a pesquisa identificou uma migração de parte deste grupo para o lado dos apoiadores de Haddad em eventual disputa de segundo turno com Bolsonaro.
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Neste cruzamento, nota-se que 24% das intenções de voto de Haddad na simulação de segundo turno vêm do próprio grupo que diz não votar em nenhum candidato do PT nesta eleição.
É o que mostra este segundo gráfico:
2) O comportamento do antipetismo na simulação Bolsonaro x Haddad
Segundo a pesquisa, Haddad tem 21% das intenções de voto no primeiro turno, 7 pontos percentuais a menos que o líder Bolsonaro. Na simulação de segundo turno entre os dois, contudo, o quadro é de empate técnico, com o petista numericamente à frente por 43% a 39%, no limite da soma das margens de erro dos candidatos (2 p.p.).
Mesmo supondo, para mero efeito de cálculo, que os eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) que declaram não votar em um candidato petista optem por apoiar Haddad contra Bolsonaro, isso só representaria 4,52 p.p. de um total de 10,32 p.p. de voto antipetista depositado no ex-prefeito.
Isso significa que o substituto de Lula na disputa herda pelo menos 5,8 p.p. do chamado “campo azul” e de eleitores do grupo de votos em branco, nulos e indecisos. Provavelmente menos por simpatia a Haddad e mais por rejeição ao outro candidato, em um clássico exercício do chamado “voto estratégico”.
Basta ver que o eleitorado que declarou apoio a Alckmin na pesquisa se dividiu em três grupos na simulação de segundo turno entre Haddad e Bolsonaro: 34% apoiam o deputado; 33% caminham com o petista; e 33% não escolhem nenhum. Nos casos dos eleitorados de João Amoêdo (Novo) e de Álvaro Dias, o fenômeno se repete, mas, curiosamente, com uma distribuição mais favorável a ao ex-prefeito.
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