Consultoria de Roubini destaca 10 tópicos a serem acompanhados em 2010

Entre eles estão a pressão fiscal nas economias mundiais, a entrada de capital em emergentes e a retirada de estímulos

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SÃO PAULO – O RGE (Roubini Global Economics), consultoria do economista Nouriel Roubini, apontou nesta quarta-feira (30) quais serão os dez principais temas a serem acompanhados em 2010.

Entre eles, a consultoria destaca a crescente pressão fiscal sobre os governos, especialmente por conta dos gastos com estímulos ao consumo, que vêm colocando em cheque as dívidas públicas.

Vale lembrar que, no início de dezembro, a agência de classificação de risco Moody’s anunciou que os limites dos ratings de dívida dos EUA e do Reino Unido, atualmente com nota máxima ‘AAA’, seriam testados.

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Para os analistas da instituição, as finanças públicas destes países estão piorando por conta da crise financeira mundial. A Moody’s também rebaixou o rating da dívida soberana da Grécia, por conta de seus elevados déficits.

Política monetária
Segundo Roubini e sua equipe, outra questão importante a ser observada é a da política monetária global. O economista questiona como os bancos centrais irão remover os estímulos feitos no mercado até então.

Para Roubini, os países mais severamente atingidos pela crise financeira precisam ser cautelosos ao retirar sua ajuda, para não fazerem de forma prematura e antes que o desemprego de fato pare de crescer.

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“Eles deveriam também administrar as expectativas de inflação”, completa.

Bancos
Dentre os tópicos a serem acompanhados também estão a saúde dos mercados financeiros do mundo e a reforma regulatória. O apetite pela última pode estar diminuindo, segundo a consultoria.

Quanto ao sistema financeiro, Roubini coloca em discussão qual a real situação financeira dos bancos europeus e se os empréstimos de bancos norte-americanos continuarão caindo devido ao estreitamente dos padrões de financiamento e ao despertar da demanda.

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“Apesar de a economia estar melhorando, a indústria bancária continua performando com atraso. As perspectivas para perdas de financiamento cresceram para US$ 66,9 bilhões no segundo trimestre, mas os empréstimos não monetários sobem mais rápido, trazendo a taxa de cobertura para baixo, em aproximadamente 60%”, fala.

Outros tópicos
Ainda falando de recuperação da crise, a consultoria de Roubini destaca que é preciso ver com cautela a questão dos preços dos imóveis, que agora estão em alta – e também se o Canadá poderia enfrentar uma crise do subprime a la norte-americana.

No tocante aos países emergentes, o economista fala da entrada forte de capital e se esse movimento continuará no próximo ano. Roubini e a equipe questionam se as autoridades asiáticas vão intervir no movimento e se os bancos centrais continuarão a acumular reservas.

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A consultoria também não poderia deixar de lado a questão do dólar. Para Roubini, é preciso ver se a moeda norte-americana vai substituir mesmo o iene como moeda de carry trade.

Por fim, a RGE destaca também a questão da oferta de commodities energéticas (se será suficiente para atender a crescente demanda), as questões políticas que podem ameaçar a economia como o Programa Nuclear do Irã e a super-capacidade de algumas economias globais, como a China e da indústria automobilística.