Consequências da catástrofe no Japão podem estar subestimadas, diz operador

Reconstrução do Japão mudará dinâmica do fluxo de capitais, sem contar que tensões políticas e PIIGS devem voltar a preocupar

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SÃO PAULO – Os impactos dos desastres naturais no Japão podem ser muito maiores do que o mercado está avaliando, aponta Gustavo Migliano, operador de mercado da Win Trade, que crê na pressão sobre as bolsas no curto prazo, enquanto os custos reais da reconstrução do país ainda forem desconhecidos.

Neste mesmo sentido, João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos, reconhece que é dificil dimensionar os impactos na medida em que ainda existe o risco real de vazamento nuclear na usina de Fukushima.

Um importante fator a ser levado em conta daqui pra frente é o custo de reconstrução do Japão, o qual deve redirecionar boa parte dos capitais disponíveis no mercado internacional, transformando a dinâmica observada atualmente.

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Reflexos para companhias brasileiras
Por isso, Migliano acredita que pode haver uma tendência de elevação da taxa de juros ainda maior do que a prevista até a última semana no Brasil, como forma de frear a evasão de capitais, o que consequentemente beneficiaria o setor bancário.

Por outro lado, caso isso não ocorra, o setor varejista será o favorecido, tendo também a seu favor os fortes números do mercado de trabalho divulgados nesta semana.

Aversão ao risco dará o tom
Em suma, o sentimento de aversão ao risco deve prevalecer no curto prazo, provocando a tradicional saída de capitais de mercados emergentes em direção às economias centrais. Esse movimento deverá ser fortalecido por dados recentes que sinalizam a recuperação da economia dos EUA, acredita Migliano.

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Dessa forma, até mesmo ações de empresas brasileiras pouco expostas ao mercado externo e que apresentam bons fundamentos poderão ser afetadas enquanto perdurarem as incertezas.

Produtores de petróleo deverão retornar ao foco
No front externo, Brugger acredita que conforme o risco de contaminação radioativa no Japão for mitigado, o foco do mercado deverá voltar-se novamente para os conflitos políticos no Oriente Médio e norte da África.

A perspectiva se dá principalmente após o Bahrein ter decretado estado de emergência frente às manifestações populares, trazendo o risco de contaminção dos conflitos na região à tona e mantendo a valorização do petróleo como forte fator de influência.

Problemas fiscais da Europa merecem mais atenção
Por fim, tanto na visão de Migliano quanto na de Brugger, o mercado está deixando de lado os problemas fiscais crônicos dos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), os quais deveriam estar sendo monitorados com mais atenção.

O analista da Leme prevê que ao longo de 2011 o assunto irá recorrentemente voltar à pauta, trazendo sempre consigo instabilidade ao mercado, a exemplo de Portugal, que teve seu rating cortado pela Moody’s e viu o mercado cobrar um maior prêmio de risco na emissão de € 1 bilhão em títulos do tesouro.

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