Como o fortalecimento do PSDB após as eleições municipais impactará o ajuste fiscal de Temer?

Com o PSDB mais forte - enquanto o PMDB perdeu a eleição no Rio de Janeiro e ficou em quarto lugar em São Paulo - muito se questiona sobre como será o reequilíbrio de forças do governo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O PSDB saiu do primeiro turno das eleições municipais bem maior do que entrou, sendo o partido que mais cresceu na comparação com os resultados do pleito anterior, em 2012. Em número de prefeituras conquistadas, o partido ficou em segundo lugar, atrás do PMDB. O PSDB, que elegeu 695 prefeitos há quatro anos, conquistou agora, no primeiro turno, 793 prefeituras, com crescimento de 14%, e está na disputa do segundo turno em vários municípios. A “joia da coroa” foi São Paulo, que elegeu João Doria no primeiro turno com 53,29% dos votos válidos, um feito histórico. 

A grande vitória do PSDB nas eleições municipais suscitou muitas questões. Um dos partidos da base do governo de Michel Temer, a legenda mostrou algumas vezes estar disposta a “pular do barco”, ainda mais em momentos em que o ajuste fiscal parecia estar em risco. Houve uma reconciliação, mas o alarme sobre uma possível saída dos tucanos sempre segue no radar.

Agora, com o PSDB mais forte, enquanto o PMDB perdeu a eleição no Rio de Janeiro e ficou em quarto lugar em São Paulo, muito se questiona sobre como será o reequilíbrio de forças do governo.

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“As derrotas do PMDB em São Paulo e no Rio de Janeiro podem criar no partido a ideia de que o PMDB tem feito o jogo sujo das reformas, enquanto o PSDB se beneficia”, aponta a LCA Consultores. Para a consultoria, isso não impactará a votação da PEC do teto de gastos. Porém, pode aumentar a resistência à Reforma da Previdência.

O Santander destaca que o resultado das eleições é em geral positivo para o mercado, mas também deve-se destacar que o apoio social para as reformas ainda é muito baixo, dado o resultado ruim dos candidatos diretamente associados a Temer.

Por outro lado, há uma questão positiva, aponta o banco: “o PSDB emerge novamente como uma força política importante e o PMDB terá que considerá-lo para negociar as reformas, o que é marginalmente positivo para o mercado”. Assim, se de um lado pode haver mais resistências de integrantes do PMDB por fazer reformas, a pressão do PSDB, mais pró-ajuste, pode levar a um reforço das medidas de ajuste fiscal. Desta forma, os próximos passos da agenda fiscal devem ser observados com atenção para mostrar como ficará o equilíbrio de forças dentro do governo Temer. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.