Como fica a Lei do Impeachment após o recuo de Gilmar Mendes

Suspensão da liminar devolve ao Congresso a prerrogativa de definir regras

Marina Verenicz

Estátua da Justiça em frente à sede do STF em Brasília
09/06/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Estátua da Justiça em frente à sede do STF em Brasília 09/06/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino

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O ministro Gilmar Mendes decidiu, nesta quarta-feira (10), suspender os efeitos da liminar que restringia a legitimidade para apresentação de pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão devolve o tema ao debate legislativo, no momento em que Senado e Câmara já discutem propostas para atualizar a Lei 1.079, de 1950.

A liminar, concedida em 3 de dezembro, previa que somente a Procuradoria-Geral da República (PGR) poderia protocolar denúncias de crime de responsabilidade contra ministros da Corte. Gilmar também havia elevado o quórum para abertura desses processos, substituindo a maioria simples por dois terços dos senadores.

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O Senado reagiu imediatamente e pediu ao STF a suspensão da decisão. No despacho que retirou o caso de pauta, Gilmar afirmou que o Congresso tem demonstrado “prudência, equilíbrio e compromisso institucional” na análise de pedidos de impeachment, citando nominalmente Davi Alcolumbre e Rodrigo Pacheco por arquivarem dezenas de denúncias durante suas gestões.

O ministro destacou que a discussão já avança no Legislativo e que o momento é adequado para permitir que o Parlamento formule uma solução própria para o tema. Segundo ele, “o debate legislativo em curso evidencia a possibilidade de acolhimento parcial das demandas formuladas pelo Senado Federal”.

O que vale agora

Com a suspensão da liminar, volta a vigorar integralmente o texto da Lei do Impeachment. Isso significa que:

Essas regras continuam válidas até que o Congresso aprove uma nova legislação, algo que ainda está em discussão tanto na Câmara quanto no Senado.

Debate legislativo

No Senado, o relator Weverton Rocha pediu mais tempo para apresentação do parecer da nova lei do impeachment, após avaliar que o tema precisa de maior amadurecimento. O presidente Rodrigo Pacheco propôs uma sessão de debates para orientar o texto final.

Na Câmara, outra proposta também trata da modernização da lei de 1950, mas ainda está em estágio inicial de negociação. Ambas as frentes buscam definir regras mais claras, escalas de responsabilização e procedimentos unificados para autoridades dos Três Poderes.

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