Como as “fake news” poderão interferir no resultado próximas das eleições?

O programa Conexão Brasília é transmitido ao vivo, às sextas-feiras, a partir das 14h45; assista

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Nas últimas eleições que ocorreram ao redor do mundo, os boatos tomaram conta do fluxo de informações das redes sociais e tiveram impacto difícil de se mensurar mas impossível de ser ignorado sobre os processos. Aqui no Brasil, as autoridades já manifestaram preocupação com o avanço das fake news na próxima disputa, que elegerá presidente, governadores, deputados estatuais e federais e senadores. Além de audiências públicas, reuniões estratégicas e estudos mais atentos, uma força-tarefa deverá ser instalada em 2018. Os mecanismos de combate ao novo fenômeno ainda precisam provar sua eficácia.

Mas não é somente no caso das eleições que a guerra de narrativas está a pleno vapor. Ao final deste ano, o governo do presidente Michel Temer concentrou esforços para converter votos na Câmara dos Deputados e votar a reforma da Previdência em primeiro turno. Contudo, não houve êxito e o peemedebista viu-se obrigado a recuar e adiar a data para fevereiro. De acordo com membros da chamada “tropa de choque” do governo, a estratégia é usar o tempo para aparar as arestas na base aliada com o cumprimento de compromissos assumidos na rejeição das duas denúncias apresentadas pela PGR e com a intensificação da campanha publicitária das medidas. Por outro lado, a aproximação das eleições é um fator que assusta os parlamentares e tende a dificultar o voto favorável à PEC, que precisa do apoio de ao menos 308 dos 513 deputados. Exitosa ou não a próxima ofensiva do governo, não há dúvidas de que a agenda de reformas será pauta central nos debates entre os candidatos à presidência.

Enquanto a equipe econômica faz as contas para cumprir as metas orçamentárias do ano que se inicia e avalia as realocações necessárias para cobrir o buraco aberto por decisão monocrática do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que suspendeu a vigência de medida provisória que adiava o reajuste de servidores e elevava a alíquota previdenciária da categoria, as movimentações no xadrez eleitoral ganham intensidade. Neste momento, a oposição comanda a disputa, com três nomes ocupando as primeiras posições: o ex-presidente Lula à esquerda, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) à direita e a ex-senadora Marina Silva mais ao centro. Por outro lado, os governistas apostam na retomada da economia como um trunfo para a atual gestão influenciar com mais peso no pleito. Apesar do distanciamento recente, essa pode ser uma das apostas dos tucanos, a contragosto do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que ainda sonha em suceder Michel Temer. Quais serão as variáveis decisivas para o resultado da eleição mais aberta dos últimos anos? Há no horizonte uma reedição da tradicional disputa PT-PSDB ou os caminhos serão outros?

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Para analisar estes e outros temas que movimentaram o noticiário político, o programa Conexão Brasília desta sexta-feira (22) entrevistou a cientista política Denilde Holzhacker, professora do curso de Relações Internacionais da ESPM. Acompanhe a íntegra pelo vídeo abaixo:

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.