Comissão aprova relatório que pede impeachment de Dilma; veja voto de cada senador

Relatório do senador Antonio Anastasia foi aprovado por 15 votos a 5; comissão teve momentos tensos, com bate-boca entre senadores

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A Comissão Especial do Impeachment realizou nesta sexta-feira (6) a votação do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) favorável à admissibilidade do processo contra a presidente Dilma Rousseff. Por 15 votos a 5, comissão do Senado aprovou parecer favorável ao impeachment de Dilma, decidindo dar continuidade ao processo. 

Votaram a favor da continuidade do processo: Antonio Anastasia, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Hélio José (PMDB-DF), Simone Tebet (PMDB-MS), Waldemir Moka (PMDB-MS), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Cássio Cunha Lima (PSDB-PA), Gladson Camelli (PP-AC), José Medeiros (PSD-MT), Romário (PSB-RJ), Wellington Fagundes (PR-MT), Ana Amélia (PP-RS), Dário Berger (PMDB-SC), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Zezé Perrella (PTB-MG). Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Telmário Mota (PDT-RR), Gleisi Hoffmann (PT-PR), José Pimentel (PT-CE) e Vanessa Grazziottin (PCdoB – AM). 

Onze partidos votaram pelo “sim” à continuidade do impeachment: PP, PSC, PV, PSB, PMDB, PSD, DEM, PTB, PSDB, PR e PPS. Encaminharam pelo voto “não” o PCdoB, PT e PDT. Os blocos da oposição e da moderação encaminharam pelo sim e o bloco do governo pelo não. 

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Votado o relatório do senador Anastasia, o voto em separado apresentado ontem pela base governista é automaticamente considerado rejeitado. Depois disso, a decisão será publicada no Diário do Senado. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já anunciou que fará a leitura da decisão da comissão, em plenário, na próxima segunda-feira (9). Renan terá 48 horas após a leitura para marcar a votação no plenário do Senado.

Bate-boca
A sessão já começou com um bate-boca entre os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Lindbergh Farias (PT-RJ). O tucano afirmou ter visto em redes sociais, post com frases falsas atribuídas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e compartilhada em página do senador Lindbergh e disse esperar que se trate de “engano” da assessoria do petista. Lindbergh afirmou que ele fez a postagem citando Aécio e Cunha Lima o chamou de “oportunista” por isso. Em meio à discussão, o presidente da Comissão Raimundo Lira (PMDB-PB) suspendeu a sessão por alguns minutos. Porém, a suspensão não foi por esse motivo, mas para trocar a campainha da sala, que, de acordo com ele, “não está à altura desse momento histórico”.

A sessão foi retomada e a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) apresentou questão de ordem pedindo suspensão da Comissão dos trabalhos da comissão até que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), responda aos questionamentos da Advocacia-Geral da União sobre a possível nulidade do processo. Raimundo Lira indeferiu a questão de ordem e Gleisi diz que recorrerá ao Plenário do Senado.  

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Votos dos líderes
A senadora Ana Amélia encaminhou voto “sim” pela admissibilidade do processo, assim como o líder do PSC Eduardo Amorim, do PV Álvaro Dias, do PSB Fernando Bezerra Coelho e do PMDB Waldemir Moka. O líder do PSD, José Medeiros, também encaminhou voto a favor do parecer, assim como o líder do DEM Ronaldo Caiado. 

O senador Ricardo Ferraço falou pelo bloco da oposição, manifestando-se favorável ao parecer, e diz que falta legitimidade ao governo Dilma. Ferraço diz que o voto popular não pode ser uma “cidadela para a impunidade”. Zezé Perrela, pelo PTB, também votou a favor.  O senador Cássio Cunha Lima diz que vota “sim” por “razões técnicas e políticas”. O PR também confirmou voto favorável. 

Já a senadora Vanessa Grazziotin  encaminha seu voto contrário ao processo, assim como o senador Telmário Motta, assim como Humberto Costa, do PT. Cristovam Buarque (PPS-DF) afirma não ter voto na comissão, porque é suplente, mas faz questão de encaminhar o voto a favor à continuidade do processo. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.