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SÃO PAULO – No último domingo, teve início a campanha eleitoral nas ruas e na internet e, com isso, os próximos compromissos públicos dos candidatos devem balançar tanto com a política e com os mercados. Isso porque, após a pesquisa Datafolha “confundir” os analistas e os investidores, muitos apontam que ainda é cedo para definir o rumo das eleições. Neste sentido, qualquer indicador deixará os investidores, principalmente em Bolsa, bastante sensíveis às sinalizações do pleito.
Desta forma, o HSBC destacou em relatório sobre as perspectivas acionárias e econômicas para julho quais devem ser os principais fatores que influenciar o resultado das eleições e quais são as datas importantes até as eleições presidenciais. Os analistas André Carvalho e Marina Valle ressaltam que estão mais cautelosos em relação às ações brasileiras, pois acreditam que a relação entre risco e benefício passou a ter um “equilíbrio mais preciso”.
“Nossa análise também sugere o potencial para cenários binários para ações, dependendo das expectativas para as decisões sobre ajuste da política após as eleições. Em nossa opinião, esses extremos colocam a política no centro das decisões de alocação de ações no Brasil”, afirmam.
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Como ressaltam Carvalho e Marina, as últimas pesquisas apontaram para uma grande probabilidade de a eleição ser decidida no segundo turno e sugeriram também a possibilidade de reeleição da presidente Dilma com uma margem apertada.
“Entretanto, também revelaram um cenário político bastante instável. A posição de liderança da Presidente Dilma pode ficar comprometida por fatores como: continuidade de queda em seus índices de aprovação e/ou se uma parcela significativa dos atuais votos brancos/nulos for para os candidatos da oposição”.
Quais são os principais fatores que podem afetar as eleições?
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Campanha na TV a partir de 19 de agosto: a Presidente Dilma provavelmente terá 11minutos e 21 segundos, enquanto Aécio talvez tenha 4min33seg e Campos, 1min54seg, de acordo com os respectivos partidos políticos.
Na eleição de 2010, na qual a distribuição do tempo foi semelhante, as intenções de voto para a Presidente Dilma aumentaram em 6 pontos percentuais durante a campanha na TV (passando de 41% em agosto de 2010 para 47% até o final de setembro do mesmo ano, segundo o Datafolha).
Votos brancos e nulos: a pesquisa mais recente do Ibope mostrou um alto índice (20%) para os votos brancos e nulos. Nas últimas eleições para presidente, o índice para esses votos ficou próximo a 10%. Segundo o Ibope, cerca de 65% dos entrevistados que declararam pretender votar em branco ou nulo consideram a atual administração “ruim/péssima” e talvez optem por um candidato da oposição.
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Mínimo para um candidato do PT: Há alguns eleitores que votarão com certeza em um candidato do PT, mas ele atingiu um patamar mínimo, de 28%.
“Somando os quatro fatores acima e sua influência história nas intenções de voto e considerando também que Dilma está liderando as simulações de voto para o segundo turno entre 5 e 13 pontos percentuais, isso sugere que a Presidente Dilma continua a ser a favorita, mas por uma pequena margem, apontam os analistas.
Quais são as datas importantes até as eleições presidenciais?
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Com isso, o HSBC fez um calendário com as principais datas que o mercado deve ficar de olho até as eleições presidenciais, conforme destacado abaixo:
13 de julho: Encerramento da Copa do Mundo, que pode ser um dos fatores para determinar o impacto sobre os índices de aprovação de Dilma e as intenções de voto. Cabe lembrar que o levantamento Datafolha foi realizado depois da elaboração do relatório e a pesquisa apontou que, sim, houve influência da Copa para as intenções de voto na presidente.
Uma das principais preocupações sobre a Copa era a expectativa de um aumento significativo nas manifestações durante os jogos, que não se concretizaram.
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19 de agosto: Início da campanha eleitoral gratuita na televisão.
29 de agosto: Divulgação dos dados sobre o crescimento do PIB no segundo trimestre de 2014. A equipe econômica do HSBC revisou recentemente para baixo sua projeção de crescimento para o PIB em 2014, passando de 1,7% para 1,1%, e manteve sua projeção para 2015 inalterada em 1,2%.
“Temos recomendado aos investidores que avaliem o risco de recessão no Brasil, ao acompanhar dois indicadores de alta frequência: confiança dos empresários e dados do estoque. Ambos apresentaram recentemente surpresas negativas”, avaliam os analistas.
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05 de outubro: Primeiro turno da corrida presidencial. A última pesquisa Datafolha sinalizou que a presidente tem 38% da preferência do eleitorado, ante 34% registrados na leitura de junho. Os candidatos da oposição também avançaram, porém em menor margem. O senador Aécio Neves, do PSDB, variou de 19% para 20%, enquanto o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, oscilou de 7% para 9%.
26 de outubro: Segundo turno da corrida presidencial. De acordo com o Datafolha, a vantagem de Dilma contra Aécio voltou a cair: 7% em julho (46% a 39%), contra 8% em junho e 11% em maio. Frente a Eduardo Campos, Dilma tem um diferencial de 13 pontos percentuais, contra 15 pontos em junho e 17 pontos em maio.
Além destes eventos destacados pelo HSBC, cabe lembrar ainda as datas das próximas pesquisas. De acordo com a coluna Radar da Veja, de Lauro Jardim, o Ibope irá a campo na segunda quinzena de julho.
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