Com “zero” ambição política, Abilio Diniz afirma: “quero estimular as pessoas a votarem bem”

Empresário afirma que não quer se envolver diretamente em política, mas pretende usar as redes sociais para estimular o voto consciente em deputados

Estadão Conteúdo

Publicidade

Prestes a completar 81 anos, o empresário Abilio Diniz diz que não pretende parar de trabalhar, e traça planos. À frente de importantes negócios por meio da Península, empresa de investimentos de sua família, afirma que seguirá influenciando via conselho nos rumos do Carrefour, onde é o terceiro maior acionista, e da BRF (BRFS3). Abilio afirma que não quer se envolver diretamente em política, mas pretende usar as redes sociais para estimular o voto consciente em deputados.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

O sr. conseguiu impor o nome de José Aurélio Drummond Jr. na BRF. Mas houve votos contra.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Ele foi eleito por maioria. Ponto. Está apoiado por todos de maneira muito forte. Estamos todos com o mesmo propósito, de fazer o melhor para a companhia, com bom clima e muita esperança. (Abilio não quis confirmar se deu voto de Minerva para desempatar o placar e eleger Drummond).

Como está seu relacionamento com os fundos Previ e Petros?

O interesse é comum. Temos de fazer o melhor para a BRF. Quanto a isso ninguém tem dúvida. O resto é o resto.

Continua depois da publicidade

Qual influência que o sr. terá nos planos de crescimento do Carrefour lá fora e no Brasil?

O Abilio não é mais um operador. Temos capacidade de influir sim. Mas sempre por meio dos conselhos. A administração anterior era fechada. Alexandre Bompard (novo presidente do Carrefour) é completamente diferente. O Noel Prioux (novo presidente Brasil) é diferente. Há interação. Com essa possibilidade de diálogo, posso aproveitar do meu conhecimento de quase 50 anos na distribuição, e não só como gestor. O Carrefour estava muito parado. Agora estamos trazendo gente competente para acelerar a parte digital.

Qual empresa te motiva mais?

Continua depois da publicidade

Está sendo um ano bom. Não há muitos empresários no mundo que trocam três presidentes de empresas enormes ao mesmo tempo. E nós trocamos ou ajudamos a trocar o global do Carrefour, o do Carrefour no Brasil e da BRF. A Península está num ano muito bom. A Anima, de educação, está se recuperando de maneira extraordinária. A Wine.com, distribuidora de vinho e de cerveja, vai muito bem. A Benjamin (padarias) começou como uma empresinha e já vai avançando. Até 2018, teremos nova fábrica para expandir com muita força. Tem a parte de mercados da Península, com o escritório em Nova York. O gostoso nessa altura da vida é fazer tudo com satisfação.

O sr. bateu suas metas?

Sempre bato as minhas metas.

Publicidade

Quais são as metas para 2018?

Este ano, fiz um evento em Portugal chamado Plenitude, voltado para viver bem e com felicidade. Foi um sucesso. Lançaremos em março no Brasil uma plataforma internacional colocando nossos conhecimentos sobre o assunto para o maior número de pessoas.

A eleição atrapalhará a retomada do crescimento no Brasil?

Continua depois da publicidade

As eleições estão aí e é o que nós temos. Estava preocupado até o início de 2016. Neste momento, estou muito otimista e muito esperançoso. A conscientização dos brasileiros de que precisamos de reforma é muito grande. Todos nós sabemos que precisamos fazer a reforma da Previdência. Espero que seja feita por Temer agora. Quero usar a minha voz para estimular as pessoas para votarem bem, renovar o Congresso. Somos muito ativos nas redes sociais. Alcancei 1 milhão de seguidores no Facebook, de longe sou o maior empresário em número de seguidores. Somos ativos na mídia Twitter. Quero usar a minha voz, meu poder de convencimento, para estimular as pessoas a votarem bem. As pessoas não dão importância para o Congresso, que é tão importante quanto o Executivo.

O sr. terá nomes ou partidos?

Nem estou pensando em nomes ou partidos. Quero que as pessoas encontrem o seu.

Publicidade

Como vê movimento de “outsiders” entrando na política?

O que nós estamos procurando são jovens que se interessem mais pela carreira política. É um movimento que procuramos fazer, de conscientização política.

Tem ambição política?

Nenhuma. Zero. Empresário não pode ser político. Empresário tem de gerar riquezas e emprego e, paralelamente, pensar no País. Através da mídia, redes sociais, pensar em votar consciente para o Congresso.

Não pretende se posicionar?

Nunca declarei meu voto. A gente acaba criando momentos ruins, dizer votei nesse ou naquele. Tem de estimular a população a votar bem.

Pensa em parar?

Parar de fazer o quê? Minha mulher não vai aguentar, meus filhos não vão aguentar. Nem eu vou me aguentar. O Abilio é um pacote, não é um pedacinho. Esse lado empresário faz parte da minha vida. É preciso dar equilíbrio. Dou atenção ao meu trabalho, minha família, meus esportes… Se eu parar…

O governo Temer é elogiado pela pauta econômica, mas criticado pelo aspecto ético. É o caso de se separar as duas coisas?

O combate à corrupção tem de ser mundial. Isso tem de continuar. Tem de separar as agendas. Isso não pode prejudicar a agenda econômica. Incrível que não prejudicou. Toda a questão da delação dos Batistas. Os investidores lá fora separam bem. Estão preocupados se a gente aprova as reformas. Tem de continuar (o combate à corrupção), mas isso é coisa para Sérgio Moro, Raquel Dodge. Mas (Henrique) Meirelles tem de seguir fazendo o que está fazendo.

Ele é um nome para 2018?

Ele está fazendo um bom trabalho. Espero que continue fazendo. Se vai ser candidato, não é da minha agenda.

 

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.