Com petrolão em evidência, Brasil perde 7 posições em ranking mundial de corrupção

"Enquanto a economia esfacela, dezenas de milhares de brasileiros já perderam seus empregos. Eles não tomaram as decisões que levaram ao escândalo. Mas são os únicos que vivem com as consequências", escreveu a organização em relatório

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A imagem da corrupção brasileira se deteriorou ao cabo de um ano, na percepção de uma das organizações mais conhecidas por monitorar o assunto no plano global. Em estudo divulgado pela Transparência Internacional, o Brasil apresentou recuo de sete posições e ficou em 76º no ranking que avalia 168 países, no qual o 1º colocado é o menos corrupto, e com nota 38, em uma escala que vai de 0 a 100 — sendo a nota máxima dada às nações mais transparentes.

“2015 mostrou que as pessoas trabalhando em conjunto podem ter êxito no combate à corrupção. Embora a corrupção ainda seja abundante no mundo, mais países melhoraram suas notas em 2015 do que os que apresentaram uma recaída. Alguns países têm melhorado nos últimos anos — Grécia, Senegal e o Reino Unido estão entre aqueles que têm visto significantes altas em suas notas desde 2012. Outros, incluindo Austrália, Brasil, Líbia, Espanha e Turquia, deterioraram. Lidando com muitos problemas de corrupção entranhados, o Brasil tem sido abalado pelo escândalo da Petrobras, no qual políticos são acusados de receber propinas em troca de recompensas em contratos públicos. Enquanto a economia é triturada, dezenas de milhares de brasileiros já perderam seus empregos. Eles não tomaram as decisões que levaram ao escândalo. Mas são os únicos que vivem com as consequências”, escreveram os analistas da Transparência Internacional em relatório.

Ao jornal O Globo, Alejandro Salas, diretor regional de América Latina da organização, destacou que apenas o pequeno país africano Lesoto apresentou desempenho tão ruim quanto o Brasil nesse intervalo de um ano. Ele ressalta que, apesar do resultado alarmante, não houve surpresa e que a corrupção no país “não se trata de um político fazendo algo sujo individualmente”, mas “é crime organizado”.

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O país agora divide a 76ª posição com Bósnia e Herzegovina, Burkina Faso, índia, Tailândia, Tunísia e Zâmbia. Embora a pontuação aponte para um cenário desastroso, o Brasil segue à frente dos BRICS China (83) e Rússia (119), mas está atrás da África do Sul (61). Na América do Sul, outros destaques negativos também merecem destaque: caso da Argentina, que aparece na 107ª posição, do Paraguai (130), Equador (107) e Colômbia (83).

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.