Com nova política operacional, BNDES prevê emprestar menos em 2014

"Vamos buscar reduzir a participação de tudo que não está nas prioridades, para aumentar o financiamento via mercado de capitais e debêntures", diz Luciano Coutinho

Reuters

Sede do BNDES, no Centro do Rio de Janeiro

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RIO DE JANEIRO – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)deve desacelerar o ritmo de desembolsos em 2014, concentrando empréstimos em setores prioritários como infraestrutura e buscando apoiar o esforço fiscal do governo federal.

“Vamos buscar reduzir a participação (do BNDES) de tudo que não está nas prioridades, para aumentar o financiamento via mercado de capitais e debêntures”, disse o presidente do banco de fomento, Luciano Coutinho, em encontro com jornalistas para divulgar a nova política operacional da instituição, que entrará em vigor em fevereiro.

Sem divulgar projeções de desembolsos do BNDES para 2014, Coutinho salientou apenas que deverão ser menores que os 190 bilhões de reais previstos para este ano, alta de 22 por cento sobre 2012.

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A nova política operacional do banco estabelece taxas de juros mais baixas e níveis de cobertura maiores para os setores de logística e energia, infraestrutura urbana de saneamento e mobilidade.

Também estão na lista de prioridades as indústrias de bens de capital, setores intensivos de engenharia e economia criativa, inovação, serviços tecnológicos e exportação. A seleção inclui ainda micro, pequenas e médias empresas, meio ambiente e desenvolvimento regional.

Segundo Coutinho, a nova política evidencia que as ações anticíclicas estão sendo removidas da política econômica do governo.

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“Embora tenha havido desempenho forte (do BNDES) em 2013, já começamos no fim do ano a tomar medidas de orientação do governo de moderar os desembolsos”, disse.

Para Coutinho, a desaceleração dos empréstimos pelo BNDES não deve afetar os investimentos do setor privado em infraestrutura e projetos de concessões em logística. “Esperamos que o mercado privado ajude a financiar o investimento de uma forma a não prejudicar outro componente importante, que é o crescimento da economia.”

Questionado sobre as críticas feitas por banqueiros privados pelo peso excessivo do BNDES na economia, Coutinho respondeu que não iria “polemizar”. “Esperamos trabalhar em parceria com o setor privado financeiro”, limitou-se a responder.

No geral, Coutinho prevê que o ritmo de oferta de crédito pelos bancos privados se assemelhe ao dos públicos em 2014, devido à manutenção da inadimplência em níveis mais baixos.

“Não esperamos recuperação (do crédito) super acelerada. Vai começar de forma moderada e acelerar de maneira cautelosa, o que é saudável e melhora os fundamentos para o crescimento da economia.”

PSI e debêntures
Na semana passada, o governo anunciou a prorrogação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) –de financiamento à compra de máquinas e equipamentos–, com taxas maiores e menor cobertura em algumas modalidades, na esteira da elevação da taxa básica de juro Selic, que saiu da mínima histórica de 7,25 para 10 por cento em um ciclo de aperto monetário que começou em abril.

Coutinho disse acreditar que, mesmo após as mudanças, as condições do PSI permanecem “razoáveis”.

Segundo ele, não deverá haver aumento da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) em 2014, usada como referência para os empréstimos do BNDES e atualmente em 5 por cento ao ano.

O BNDES também aposta nas debêntures incentivadas, que dão benefícios fiscais a investidores estrangeiros e pessoas físicas, para o financiamento à infraestrutura. A previsão de Coutinho é que a emissão desses papéis, que somaram 4,5 bilhões de reais em 2013, dobre no ano que vem e seja adotada como instrumento de captação também por projetos de infraestrutura urbana.

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