Com “nova conta” de R$ 9 bi, Dilma compromete fiscal para reverter queda nas pesquisas

Este é o valor que custará a mais para o governo com os gastos com o programa Bolsa Família e a tabela do Imposto de Renda

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As reações de analistas e de investidores após o discurso de 1º de maio da presidente Dilma Rousseff seguem repercutindo no mercado, assim como a conta que ficará para o governo após o anúncio das novas medidas. Dilma, em seu discurso anunciou a correção na tabela do Imposto de Renda na Fonte das pessoas físicas para 2015 e o reajuste de 10% dos benefícios do programa Bolsa Família a partir do próximo dia 01 de junho. Além disso, afirmou que continuará com a “política de valorização do salário mínimo”.

Conforme ressalta a LCA Consultores, a presidente Dilma tenta reverter a queda nas intenções de voto registradas nas últimas pesquisas com essas medidas e, assim, compromete o cenário fiscal, com medidas que podem custar cerca de R$ 9 bilhões para o governo. 

Eles destacam que, neste ano, os gastos com o programa Bolsa Família estão em torno de R$ 25 bilhões. Assim, por conta deste reajuste dos benefícios, haverá um aumento de R$ 4 bilhões nas despesas, de R$ 1,5 bilhão neste ano e R$ 2,5 bilhões em 2015, conforme cálculo da consultoria. Enquanto isso, a perda de receita do IRPF em 2015 será de R$ 5,3 bilhões.

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“A medida do IR é importante para a classe média, segmento da população que se tem mostrado descontente com a presidente. Além disso, o discurso de Dilma procura manter o apoio das camadas mais pobres da população”, avalia a consultoria.

E, segundo o Datafolha, a intenção de voto na parcela da população que recebe até dois salários mínimos tem se mantido em 54% ao longo das pesquisas realizadas neste ano, reforça a LCA. A consultoria destaca ainda a fala da presidente, que afirmou que o seu governo não lançará mão de medidas impopulares, como foi sugerido pelos seus adversários. 

Cabe destacar que a última pesquisa eleitoral, realizada pela CNT/MDA e divulgada na última terça-feira, mostrou uma queda de 6,7 pontos percentuais na intenção de voto da presidente, para 37%, e um aumento para Aécio Neves e Eduardo Campos. Uma pesquisa que será divulgada no próximo sábado também ganha destaque: de acordo com informações obtidas pelo Brasil 247, o candidato da oposição, Aécio Neves, deve ganhar um bom terreno na disputa eleitoral

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.