Com mandato de Bernanke perto do fim, quem será o próximo chairman do Fed?

Bernanke corre como favorito para manter o cargo, mas há alguns poréns; Obama tem até o final do ano para decidir

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SÃO PAULO – Obama assumiu a presidência dos Estados Unidos sabendo que enfrentaria um grande desafio. Toda a equipe econômica do governo foi reformulada, desde conselheiros até o secretário de Tesouro. Sobrou um nome como herança da administração Bush: Ben Bernanke.

Mas o chairman do Federal Reserve está com seus dias garantidos contados. O mandato atual vence em janeiro de 2010 e, pelo peso da cadeira no atual momento, os prováveis candidatos começam a ser especulados pelo mercado. Dentre um leque de opções, um nome começa a despontar como favorito: Ben Bernanke.

O atual presidente do Banco Central norte-americano vem sendo elogiado. De fato, Bernanke assumiu o cargo por ser especialista em crises financeiras, doutor em Grande Depressão. Diferentemente de Henry Paulson, não é apontado entre os principais culpados pelo colapso na economia. Até porque assumiu exatamente para combater algo que já despontava como inevitável. Por isso foram buscar o especialista em crises.

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Mas o maior desafio de Obama é a economia. A varredura realizada nos demais postos sugere sua preferência por mudança, mas alguns fatos o fazem pender para a manutenção do atual chairman.

Alguns defensores

Do lado das virtudes, Bernanke parece mostrar transparência e tem a favor um cenário de relativa melhora para o sistema financeiro e para diversos setores da economia. O período mais tranquilo dos mercados nos últimos meses já lhe rende alguns defensores.

O megainvestidor Warren Buffett é um deles. Conselheiro de Obama, o bilionário dono da Berkshire Hathaway chegou a afirmar que Bernanke salvou os Estados Unidos de uma nova Grande Depressão. “Especialmente Bernanke fez coisas muito decisivas, muito grandes. Se ele não tivesse as feito, provavelmente estaríamos conversando em algum McDonald’s, não neste restaurante fino”, afirmou.

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O próprio Obama já chegou a sugerir publicamente que está contente com os esforços do atual chairman. No final de junho, o presidente comentou seus esforços de maneira simples: “Ele está fazendo um grande trabalho”.

Ameaças ao cargo

Mas o momento de relativa melhora favorece. Por outro lado, Bernanke apareceu entre os envolvidos na acusação de que o Federal Reserve havia forçado o Bank of America a aceitar os termos para incorporação da Merrill Lynch, escândalo que o levou ao Senado.

Ainda assim, o chairman parece ter convencido as autoridades, negando qualquer atuação irregular do Banco Central e garantindo a transparência do processo. Seus argumentos agradaram.

Por outro lado, o maior desafio de Bernanke parece mesmo o pós-crise. As políticas monetária e fiscal expansionistas ao extremo começam a gerar questionamentos em relação aos mecanismos de escape do governo para retomar a normalidade das taxas e evitar um quadro de pressão inflacionária.

Histórico de continuidade

Não apenas o momento atual, o histórico recente do cargo também pesa em favor de Bernanke. Paul Volcker foi presidente durante os governos Carter e Reagan, ficando no cargo de 1979 a 1987. Alan Greenspan, seu sucessor, foi até 2006 no posto, quando Bernanke assumiu. Os últimos anos revelam uma aposta pela continuidade, outro ponto positivo para a permanência de Bernanke.

Caso a escrita não seja mantida, alguns nomes começam a surgir como alternativa. Até o momento, o mais falado é o de Larry Summers, atual diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA. Summers já chegou muito perto do posto, carregando em seu currículo a secretaria do Tesouro no último ano da presidência de Bill Clinton.

Atualmente, Bernanke parece muito próximo de renovar seu mandato à frente do Banco Central norte-americano. Mas os principais argumentos para sua manutenção vêm do ambiente que o circunda. A confirmação ou não de seu segundo mandato vai depender de como o economia caminha até o final deste ano.

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