Com Lula na linha de frente, Dilma teme virar “Rainha da Inglaterra” tupiniquim

Apesar das incertezas, caso este cenário se confirmasse, acredita-se que Lula seria capaz de convencer Henrique Meirelles a assumir a Fazenda e Nelson Jobim, a Justiça

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A deterioração das condições políticas do governo Dilma Rousseff tem levado ministros e aliados a elevar o nível de pressão sobre a presidente por mudanças no comando de ministérios e estratégias de articulação. É nesse contexto que o possível convite para o ex-presidente Lula compor uma das pastas da atual gestão se dá. Conforme conta o jornal Folha de S. Paulo, petistas e ministros aconselham a presidente a promover uma nova reforma em sua equipe.

O próprio Lula teria sugerido uma substituição no comando da Justiça e mudanças na política econômica como pontapé inicial para superar o “abatimento” e a falta de forças de Dilma para reagir. Contam interlocutores do ex-presidente que ele resiste à ideia de se tornar ministro, sobretudo pela possível mensagem de “confissão de culpa” que a ação poderia transmitir, uma vez que Lula teria garantia de foro privilegiado e seu caso passaria a ser avaliado pelo Supremo Tribunal Federal, e não mais por Sergio Moro. A posição de vulnerabilidade da família também pode pesar na decisão do ex-presidente.

No entanto, caso aceite o convite, Lula teria de assumir um ministério de destaque. Dilma avalia o cargo no Ministério das Comunicações ou na pasta das Relações Exteriores, enquanto petistas preferem a Secretaria de Governo, hoje ocupada por Ricardo Berzoini. A última opção não agrada a presidente, uma vez que poderia colocá-la numa posição definitiva de “Rainha da Inglaterra”. Apesar das incertezas, caso este cenário se confirmasse, acredita-se que Lula seria capaz de convencer Henrique Meirelles a assumir a Fazenda e Nelson Jobim, a Justiça.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.