Com Dilma em baixa, Eduardo Campos é destaque no WSJ: “aquecendo a disputa eleitoral”

Mesmo com baixa intenção de voto, queda da popularidade de Dilma aumenta chances de governador pernambucano em chegar à presidência, destaca jornal; um dos seus trunfos é o combate à violência

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Com as eleições de outubro se aproximando, o pleito presidencial brasileiro ganha destaque no cenário internacional. No último final de semana, o norte-americano Wall Street Journal destacou um dos prováveis adversários da atual presidente Dilma Rousseff nas eleições, o governador de Pernambuco Eduardo Campos, ressaltando que o aspirante à presidente está agitando a corrida eleitoral.

A reportagem destaca que ele toca em um ponto crucial para o Brasil em um ano em que sediará a Copa do Mundo: as taxas crescentes de homicídio. “Eduardo Campos tornou-se foco dos jornais e da cobertura televisiva esta semana depois que lançou uma série de ataques à liderança de Dilma Rousseff sobre o estado da segurança no País, além de outras questões. O ‘burburinho’ deu um impulso à sua campanha em um pleito em que Dilma é a grande favorita”, aponta o jornal.

O WSJ lembra que a taxa de homicídios no Brasil é cinco vezes maior do que a dos Estados Unidos e tem aumentado em muitos estados, mesmo em meio a uma década de crescimento econômico estável, o que aumenta a preocupação para a realização da Copa do Mundo. Dilma anunciou iniciativas para aumentar a segurança pública mas, mesmo assim, analistas políticos acreditam que a mensagem sobre redução de violência feita por Campos deve ressoar. 

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Isso porque, enquanto muitos políticos tentam evitar entrar em temas espinhosos como aumento do contingente policial e prisões por ser comparado com o período de ditadura no Brasil, Campos possui bastante “credibilidade de esquerda” para abordar a questão, ressalta o jornal, destacando que o seu avô, Miguel Arraes, era um líder esquerdista popular, que foi preso e forçado mais tarde ao exílio político.

“Campos representa uma divisão na base esquerdista do governo Dilma”, diz o jornal, viajando o País com Marina Silva, que recebeu uma porcentagem significativa de votos na última eleição, de 2010. E Marina, uma das fundadoras do PT (Partido dos Trabalhadores) saiu do partido após colidir justamente com Dilma sobre as políticas de desenvolvimento na Amazônia. 

Além disso, o jornal destaca o trabalho de Campos na redução da criminalidade em seu estado ao reformar a polícia, aumentar o acompanhamento estatístico dos crimes e os programas de prevenção a drogas, entre outros. Porém, as estatísticas de crime seguem preocupantes no estado, apesar dos esforços. 

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Cenário complicado e indefinido nas eleições 
Conforme aponta o jornal, Eduardo Campos precisa percorrer um longo caminho na corrida presidencial, já que está na terceira posição entre as intenções de voto, com 12%, atrás de Dilma, com 47%, e de Aécio Neves, com 19%, de acordo com a pesquisa Datafolha. E Aécio ainda tem que fazer uma campanha intensa na região onde Campos governa, a Nordeste, sendo que o mineiro pode contar com o apoio do sul, mais populosa e economicamente poderosa do País. 

Por outro lado, mesmo favorita, Dilma enfrenta uma série de problemas que poderia prejudicar sua popularidade e mudar o cálculo político, conforme ressalta David Fleischer, professor de ciência política da UNB (Universidade de Brasília) ao jornal. Isso em um cenário em que a economia cresce a passos lentos e que o País corre o risco de ver a sua nota de crédito soberana rebaixada.

Além disso, no ano passado, milhares de pessoas foram às ruas para protestar contra uma série de questões, como o forte gasto na Copa ao invés de usar os recursos na saúde e educação. E Campos avaliou estes movimentos como um sinal de transição política, avalia o jornal. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.