Publicidade
SÃO PAULO – Passadas as eleições nos Estados Unidos, crescem as expectativas do mercado em relação às medidas econômicas concretas que Barack Obama e o novo Congresso de maioria democrata deverão adotar para combater a grave crise em que se insere o país.
Como ressaltam os analistas do Société Générale, em relatório produzido nesta quarta-feira (5), nestes momentos de grande incerteza e nervosismo, será fundamental um processo suave de transição no gerenciamento da economia do país. Neste sentido, a nomeação do substituto de Henry Paulson como secretário do Tesouro deverá ocorrer rapidamente.
Novos estímulos
Também é esperado que a equipe do novo presidente eleito divulgue suas propostas para a alocação dos recursos remanescentes do programa TARP – restam cerca de US$ 450 bilhões. Além da compra de ativos problemáticos, o dinheiro foi em parte utilizado para capitalizar as instituições financeiras em troca de participações acionárias.
Oferta Exclusiva para Novos Clientes
Jaqueta XP NFL
Garanta em 3 passos a sua jaqueta e vista a emoção do futebol americano
Mas a maior expectativa dos analistas do Société Générale repousa sobre um novo pacote de estímulo fiscal à economia dos EUA. “O próximo programa de estímulos deve ser de, ao menos, US$ 300 bilhões”, aproximadamente o dobro do programa realizado no início de 2008, caracterizado pela transferência de recursos do governo diretamente aos consumidores por meio de cheques.
“Infelizmente, a vasta maioria dos recursos foi poupado, oferecendo pouca ajuda para a economia real”, afirmam os analistas. Desta vez, os gastos devem ser feitos pelo governo principalmente em obras de infra-estrutura, além de benefícios para desempregados e recursos para estados e governos locais penalizados pela queda na arrecadação.
Possíveis caminhos
Em seu programa de governo, Barack Obama propõe a criação de um banco de investimentos para investimentos em infra-estrutura de US$ 60 bilhões, além de um fundo de ajuda para estados de até US$ 50 bilhões.
Continua depois da publicidade
No entanto, é importante observar os impactos de ações como estas sobre as contas públicas. Os EUA já convivem com um elevado déficit fiscal – que, segundo projeções do Tesouro, elevará a necessidade de financiamento do país para US$ 1,4 trilhão em 2009.
Grande parte destes recursos, no entanto, será utilizada na compra de ativos de instituições financeiras e pode ser considerado como um investimento feito pelos contribuintes. Ainda assim, os investimentos em infra-estrutura, por exemplo, podem consumir muitos recursos do Estado e alargar seu déficit fiscal. Com a desaceleração da atividade econômica, as receitas do governo devem diminuir – o que trará maior demanda por recursos emprestados.
Crowding out
Ademais, segundo os analistas do Société Générale, um dos maiores riscos trazidos pela elevação dos gastos públicos é o de reduzir os investimentos privados, dado o possível e conseqüente aumento nos juros, tornando menos atraente a alocação dos recursos de investidores em empreendimentos de maior risco.
O próximo pacote de estímulos poderá elevar a dívida pública dos EUA para patamar próximo a 50% do PIB. Quanto a uma possível elevação no rendimento dos Treasuries, o Société Générale acredita que “a falta de investimentos privados e emissão de dívida privada serão fatores mitigantes”, mantendo o preço dos títulos em alta.
Newsletter
Infomorning
Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia
Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.