Com 11h30, voto de Fux foi mais longo do que a soma dos outros 4 ministros do STF

Magistrado foi o único defender a absolvição do ex-presidente no julgamento por tentativa de golpe

Agência O Globo

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, participa de uma sessão durante a fase final do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tramar um golpe para anular as eleições de 2022, em Brasília, Brasil, em 10 de setembro de 2025. REUTERS/Adriano Machado.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, participa de uma sessão durante a fase final do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tramar um golpe para anular as eleições de 2022, em Brasília, Brasil, em 10 de setembro de 2025. REUTERS/Adriano Machado.

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O voto proferido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux na quarta-feira, que levou 11 horas e meia, tornou-se maior que a soma das sustentações dos outros quatro magistrados do julgamento da trama golpista na Primeira Turma. A exposição já era uma dos mais longas da história da Corte, superando o voto do ministro Joaquim Barbosa, durante o julgamento do Mensalão, em 2012, dividido em diversas sessões.

Fux conseguiu superar o dobro da duração do voto de Alexandre de Moraes, relator da ação na Corte, que falou por 4 horas 50 minutos. As considerações do ministro tiveram ainda um tempo nove vezes maior que as de Flávio Dino, que precisou de apenas 1 hora e 20 minutos para concluir seus argumentos. E também passou em muito da sustentação de Cármen Lúcia, que levou cerca de 2 horas para dar seu parecer, formando maioria pela condenação dos réus. Assim como o de Cristiano Zanin, que dispôs de 1 hora e 50 minutos. Ao todo, os quatro ministros levaram em torno de 10 horas.

Veja abaixo por quanto tempo cada ministro votou

Alexandre de Moraes: 4 horas 50 minutos

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Flávio Dino: 1 hora e 20 minutos

Luiz Fux: 11 horas e 30 minutos

Cármen Lúcia: 2 horas

Cristiano Zanin: 1 hora e 50 minutos

A duração do voto de Fux lembrou ainda a fala do ministro aposentado Celso de Mello, que em 2019 votou durante seis horas e meia, mas em dois dias separados, no julgamento que decidiu equiparar a homofobia e a transfobia ao crime de racismo.

Quem estava no início da sessão, pôde observar o calhamaço que Fux retirou de um envelope, que já indicava que o voto seria longo. Mas a previsão era de que a fala se encerrasse entre 12h e 13h, já que havia sessão do plenário marcada para começar logo depois.

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O julgamento de Bolsonaro e mais sete réus no STF foi retomado nesta quinta-feira, com o voto de Cármen Lúcia e do presidente da turma, Cristiano Zanin. Atualmente, o placar foi encerrado em 4 a 1 pela condenação do ex-presidente da República.