CNT/MDA traz notícias ruins para Dilma em 2015 – e para Lula em 2018

Popularidade de Dilma cai novamente, enquanto aumenta o percentual de entrevistados que apoiam o impeachment da presidente; as notícias ruins também atingem Lula

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os números da pesquisa CNT/MDA, como recorrente para o governo, trouxeram novamente notícias ruins para a presidente Dilma Rousseff, com ela e o seu governo registrando as suas piores avaliações desde 2011, enquanto mais de 60% se declararam a favor do impeachment. 

A pesquisa mostrou que a avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff caiu de 10,8% em março para 7,7% em julho. A avaliação negativa do governo subiu de 64,8% para 70,9%. A aprovação pessoal da presidente caiu, passando de 18,9% para 15,3%, enquanto a desaprovação pessoal da presidente aumentou de 79,9%, ante 77,7% da pesquisa de março. 

Outra má notícia para a presidente é o percentual de eleitores ouvidos que defendem o impeachment da presidente: em março, 59,7% se diziam a favor do impeachment de Dilma; neste mês, 62,8% disseram ser favoráveis ao impedimento da presidente. Cerca de 32,1% são contra o impeachment de Dilma, ante 34,7% de março.  

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Lula também é afetado
O instituto MDA também fez simulações sobre o segundo turno, e os números foram bem negativos também para o presidente Lula para 2018.
 Caso a eleição fosse hoje, no primeiro turno, Aécio Neves lideraria as pesquisas de intenção de voto com 35,1%, ante 22,8% de Lula e 15,6% de Marina Silva. Já Jair Bolsonaro teria 4,6% das intenções de voto. 

O instituto também fez pesquisa de intenção de voto estimulada para o segundo turno. Aécio Neves, no segundo turno, aparece com 49,6%, ante 28,5% de Lula. Já na simulação com Geraldo Alckmin, o tucano aparece com 39,9% das intenções de voto, ante 32,3% do petista. No cenário 3, José Serra aparece com 40,3% das intenções de voto, enquanto Lula aparece com 31,8%.

Além disso, 44,8% dos entrevistados acreditam que, se Aécio Neves tivesse vencido a eleição, o governo dele estaria melhor do que o da presidente Dilma Rousseff. Para 36,5%, estaria igual, enquanto 10,9% consideram que estaria pior.

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Conforme destaca o cientista político e professor da FGV, Marco Antonio Carvalho Teixeira, o noticiário mais negativo para Lula nas últimas semanas, culminando com a investigação formal feita pelo Ministério Público Federal por suposto tráfico de influência envolvendo a Odebrecht, prejudica a imagem do ex-presidente. Vale ressaltar que 65% consideram que Lula é culpado pela corrupção que está sendo investigada pela Operação Lava Jato (sendo que 69,2% consideram Dilma culpada pela corrupção, outra notícia negativa para a presidente).

Porém, aponta Teixeira, o que pesa mais contra Lula neste momento é a situação econômica atual do que as próprias denúncias contra ele. O pessimismo com relação à economia é o fator principal a afetar a popularidade da presidente Dilma e, “por tabela”, o ex-presidente, já que ele é o mentor da atual presidente.  

O pessimismo com relação à economia segue em alta: cerca de 15% acham que a perspectiva para o emprego vai melhorar, 55,5% acham que vai piorar e 27,5% acreditam que o cenário continuará o mesmo. As perspectivas para a saúde também estão piores: 47,5% acham que a situação piorará, ante 13,6% que acha que vai melhorar e 37,1% que acha que ficará igual. A educação vai melhorar para 15,1%, 41% acham que vai piorar e 42,1% avaliam que a situação irá se manter. Em relação à segurança pública, 12,9% acham que ela vai melhorar, 46,2% veem que a situação ficará pior e 39,2% acham que ela ficará igual. 

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Vale ressaltar que Lula vem analisando a situação atual e de popularidade do governo para saber se será candidato em 2018. Segundo o especialista, apesar dos números não serem positivos, as pesquisas indicam o cenário atual: até 2018, muita coisa pode acontecer. 

Impeachment?
Teixeira também destaca que, mesmo com a população apoiando o impeachment da presidente Dilma, um processo deste tipo não é nada trivial.

“É uma conjunção de fatores. Uma pressão popular poderia elevar as sinalizações de que o Congresso se manifestaria de forma favorável ao impeachment”, mas ele deve ser aprovado por maioria simples.

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Além disso, ainda são necessários outros fatores além da pressão popular”, afirma o cientista político. Uma das razões apontadas por muitos para avançar o processo do impeachment da presidente seria a reprovação das contas da presidente em relação a 2014 pelo TCU, que passaria a análise então para o Congresso. Contudo, a Casa teria que analisar as contas dos governos desde 2002 para, só então, analisar os números do governo Dilma. “Não é somente a vontade da população que levaria a um impeachment, são necessários motivos mais concretos. Não é algo automático”, avalia. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.