CNBC destaca que Brasil flerta com rating “junk” e questiona: o que aconteceu?

Corte de rating representou um golpe para Dilma Rousseff, aponta reportagem, que destaca necessidade de reformas estruturais do governo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O corte de rating soberano do Brasil na última segunda-feira (24) foi recebido com certa tranquilidade pelo mercado nacional. O Ibovespa registrou mais um dia de ganhos, enquanto muitas autoridades do governo destacaram que a economia continua com fundamentos sólidos.

Mas, na imprensa internacional, o rebaixamento de rating pela Standard & Poor’s ganhou destaque como mais um fator negativo em meio à série de problemas que vem sendo enfrentados pelo Brasil nos últimos meses.

Com isso, o portal norte-americano CNBC destacou em matéria chamada “Brazil flirts with junk status – what happened?” (Brasil flerta com status de “lixo” – o que aconteceu?, em tradução livre) que a presidente Dilma Rousseff pode estar perto de garantir um segundo mandato em outubro, mas o rebaixamento pode ser um sinal de que ela está perdendo o controle sobre as finanças do País.

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A reportagem ressalta que a última pesquisa eleitoral apontou Dilma com larga vantagem frente aos possíveis candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos. Esta boa notícia para a presidente ocorreu dias antes do rebaixamento da nota brasileira pela agência, de BBB para BBB-, apenas um degrau acima do status “junk”, notícia esta que representou um golpe para a atual presidente. O Brasil é avaliado em BBB pela Fitch e Baa2 pela Moody’s.

“É o mais recente golpe para Rousseff , que tem lutado para recuperar a economia desde a desaceleração de 2011, que vem atormentado o seu mandato”, ressalta a reportagem, que avalia que a queda da nota não foi propriamente uma surpresa para os analistas. Isso em um cenário em que a desaceleração econômica se combina a um alto déficit orçamentário e inflação alta. 

Economistas ouvidos pela reportagem destacam que Dilma introduziu uma série de corte de impostos com expectativa de que eles ajudassem a economia, mas não foi isso que aconteceu. Além disso, o aumento da despesa pública sem uma contrapartida arrecadatória afetou ainda mais a economia. 

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Além disso, a CNBC lembra do relatório de outubro do FMI (Fundo Monetário Internacional), destacando que o Brasil precisava aumentar o investimento para garantir o crescimento sustentável. Porém, economistas também destacam que o Brasil não tem focado na realização de reformas estruturais. Agora, a questão é saber se Dilma terá capacidade para executá-las, como reformas previdenciária, tributária e trabalhista. Por outro lado, a atual presidente não deve realizá-las antes das eleições de outubro. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.