Cláudio Castro (PL) é reeleito governador do Rio de Janeiro em primeiro turno

Com 91,33% das urnas apuradas no estado até as 20h46, Castro tem 58,24% dos votos

Mariana Segala

Governador do Rio, Cláudio Castro (crédito: Rafael Campos)

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Cláudio Castro (PL) venceu em primeiro turno a disputa pelo governo do Rio de Janeiro. Com 91% das urnas apuradas no estado, matematicamente não há mais chance de segundo turno.

Às 20h46, Castro registrava 58,24% dos votos. Para vencer a disputa em primeiro turno, um candidato a governador deve ter 50% dos votos válidos no Estado mais um — brancos e nulos não contam.

Até o momento, Marcelo Freixo, do PSB, aparece em segundo lugar, com 27,66% dos votos. Os números estão sendo divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Castro é o atual governador do Rio. Ele foi eleito vice de Wilson Witzel (PMB) em 2018 – na época, ambos estavam no PSC. Assumiu oficialmente o posto em maio de 2021, após o cabeça de chapa ter sofrido impeachment em processo sobre desvios em contratos públicos durante a pandemia de Covid-19. Castro também foi alvo de investigações, mas nega envolvimento.

Aos 43 anos, Castro – que é advogado, músico, compositor e evangelizador – foi eleito vereador da capital fluminense pela primeira vez em 2016 com pouco mais de 10 mil votos, um resultado considerado pouco expressivo. Dois anos depois, na chapa com Witzel, obteve mais de 4,6 milhões de votos.

Freixo chegou à Câmara dos Deputados em 2018, após três mandatos como deputado estadual no Rio – em 2014, foi o mais votado da Alerj, a assembleia legislativa do estado. Professor e com uma trajetória ligada à defesa dos direitos humanos, era um dos quadros mais antigos e conhecidos do PSOL, partido em que ingressou (vindo do PT) um ano depois da fundação, em 2005. Migrou para o PSB em 2021 visando as eleições deste ano.

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Ele ficou conhecido por presidir a CPI das Milícias, na Alerj, entre 2007 e 2008. Um total de 225 pessoas foram indiciadas, incluindo policiais civis, militares, bombeiros e agentes penitenciários. Freixo teve um irmão, Renato, assassinado em 2006 por denunciar milicianos.

Apoios e coligações

Freixo foi apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sua coligação – batizada A Vida Vai Melhorar – reuniu, além do PSB, os partidos da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), da Federação PSDB Cidadania e da Federação PSOL Rede.

A coligação chegou a ficar sob risco no início da campanha. A Executiva do PT no Rio ameaçou deixá-la caso o deputado Alessandro Molon (PSB) não abrisse mão da candidatura ao Senado em favor de André Ceciliano (PT), que preside a Alerj. Ao cabo, a Executiva Nacional do partido encerrou a discussão, mantendo o apoio a Freixo. Tanto Molon quanto Ceciliano disputaram o cargo de senador.

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Já a coligação de Castro foi formada por Avante, Democracia Cristã (DC), MDB, PMN, Podemos, PP, PROS, PRTB, PSC, PTB, Republicanos, Solidariedade e União Brasil, além do PL. O candidato foi apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Castro também teve de enfrentar intempéries durante a campanha. Seu ex-secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, acabou preso preventivamente no início de setembro, em uma investigação por organização criminosa e envolvimento com o jogo do bicho.

O governador também precisou mudar de candidato a vice, já que sua primeira opção – Washington Reis (MDB), ex-prefeito de Duque de Caxias – desistiu de concorrer depois que o Tribunal Regional Eleitoral fluminense o considerou inelegível. Ele foi condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) por crime ambiental e loteamento irregular enquanto estava na prefeitura. O deputado estadual Thiago Pampolha (União Brasil) ocupou o posto de vice.

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O que faz um governador?

A governadora ou o governador exerce o Poder Executivo no Estado e no Distrito Federal. Cabe a quem ocupa o cargo representar, dentro do país, a respectiva Unidade da Federação nas relações jurídicas, políticas e administrativas. Na chefia da administração estadual, é auxiliado pelas secretárias e secretários de Estado.

Governadores podem propor leis e vetar ou sancionar leis aprovadas pelos deputados estaduais. Também respondem pela Segurança Pública dos Estados, da qual fazem parte as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros. Como no Brasil os Estados (e o DF) têm autonomia, as competências e responsabilidades do cargo são estipuladas pelas respectivas Constituições estaduais (e, no caso do DF, por sua Lei Orgânica).

O mandato de um governador é de quatro anos, com possibilidade de reeleição para mais um mandato de quatro anos. Caso reeleito, o governador tem como limite o período de oito anos no poder, ou seja, ele não terá o direito de se reeleger novamente de forma consecutiva para o mesmo cargo.

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Votação para o Senado no Rio de Janeiro

Romário (PL) foi reeleito ao Senado pelo estado do Rio de Janeiro. O mandato começa em 2023 e termina em 2030.

Conhecido por sua atuação como jogador de futebol, tendo sido um dos integrantes da seleção brasileira que conquistou o tetracampeonato mundial em 1994, Romário ingressou na política em 2010.

Ele foi eleito deputado federal pelo PSB e depois, em 2014, conquistou uma vaga no Senado. A legislatura se encerra neste ano.

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Romário passou pelo Podemos antes de se filiar ao PL, em 2021. Embora seja do mesmo partido, Bolsonaro não declarou apoio explícito ao ex-jogador durante a campanha. Romário tem dito que defende o presidente, mas afirma que sua política “não tem ideologia ou lado”.

O ex-jogador passa a ocupar no ano que vem uma das 27 cadeiras do Senado Federal que estavam em disputa nas eleições de 2022. A Casa tem, ao todo, 81 assentos.

A legislação brasileira permite que senadores possam se candidatar a novos cargos sem ter que abrir mão do mandato e muitos dos atuais parlamentares disputam outras vagas. Se eleitos, deixam de ser senadores.

O que faz um senador?

Senadoras e senadores são os representantes dos Estados e do Distrito Federal no Congresso Nacional. Assim como os integrantes da Câmara dos Deputados, têm a prerrogativa constitucional de fazer leis e de fiscalizar os atos do Poder Executivo.

Além disso, a Constituição Federal prevê como competência privativa do Senado: processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, os que ocupam os cargos de presidente e vice-presidente, os ministros de Estado e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), os membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o advogado-geral da União.

O mandato de senador ou senadora tem duração de oito anos — e não quatro, como outros cargos eletivos, como de presidente da República ou governador. Por isso, é comum que ocupantes do cargo participem de outras disputas em anos em que não necessitem renovar o mandato.

A garantia do cargo funciona como um incentivo no meio político para que esses parlamentares busquem novas posições ou para que trabalhem na construção de suas imagens para disputas futuras, com o aproveitamento de recursos como do fundo eleitoral e sem riscos de perda de posição.

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Mariana Segala

Editora-executiva do InfoMoney