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SÃO PAULO – Com a liderança de Barack Obama nas pesquisas para a eleição presidencial nos Estados Unidos, aumentam as expectativas sobre uma atuação maior do Governo norte-americano na economia, especialmente caso haja novos abalos nos mercados.
Para o Citigroup, seja qual for a próxima administração, é inconcebível que as autoridades do país apenas assistam a um agravamento da crise nos mercados financeiros. Por isto, o analista Tsutomu Fujita adverte contra reações exageradas por parte dos investidores.
Apagando as luzes
O governo republicano de George Bush tem relutado em ampliar a regulação sobre o mercado de crédito – especificamente sobre as hipotecas de alto risco subprime, foco da crise financeira e econômica por que atravessa o país. Para a disputada da eleição de novembro, seu partido indicou o Senador John McCain.
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De maneira contraditória, Bush defende a linha liberal de que o Estado intervenha minimamente na sociedade, embora sua administração tenha sido notabilizada por grande aumento do déficit fiscal norte-americano.
Controle do subprime
Todavia, o quadro pode ser alterado com a ascensão do democrata Barack Obama à presidência, hipótese mais provável para o analista do Citi, dada a liderança consistente nas pesquisas e as projeções de deterioração do mercado de trabalho no período próximo das eleições, o que favoreceria o candidato oposicionista.
Entre as medidas propostas pelo candidato, estão o apoio à criação de leis já em tramitação no Congresso que limitem o principal das hipotecas a 85% de seu valor e facilitem o refinanciamento e conversão das dívidas atuais em títulos estáveis e de longo prazo.
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Ademais, Obama propõe criar uma modalidade de crédito universal para os donos de residências no país, além de um fundo para o refinanciamento das dívidas atuais e a adoção de penas mais rigorosas para fraudes com ativos relacionados a hipotecas.
Política comercial
Outro fator de grande relevância para Fujita será a posição mais firme do democrata em relação ao comércio com a China, que sofrerá maiores pressões para revisão de sua política cambial, causando apreciação do yuan em relação ao dólar em caso de vitória de Obama.
Caso este movimento seja abrupto, o analista espera por impactos negativos sobre a economia chinesa, com a redução da sua competitividade, bem como sobre mercados de ações nos países emergentes em geral.