Ciro Gomes e irmãos são alvos de operação da Polícia Federal sobre suspeita de desvios em obras da Arena Castelão

Investigadores apuram indícios de pagamentos de R$ 11 milhões em propinas para beneficiar a empresa Galvão Engenharia

Equipe InfoMoney

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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (15), uma operação para apurar suposto desvio de recursos públicos nas obras do estádio Castelão, em Fortaleza (CE), para a Copa do Mundo de 2014.

Batizada “Colosseum” (em referência ao Coliseu, na Itália), a operação cumpre 14 mandados de busca e apreensão e tem entre os alvos o ex-governador Ciro Gomes (PDT), cotado para disputar as eleições presidenciais de 2022, e seu irmão, o senador Cid Gomes (PDT-CE).

Pelo Twitter, Ciro Gomes chamou a ação de “abusiva” e sugeriu uma politização da Polícia Federal por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL), que deve disputar a reeleição no ano que vem.

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“Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um pais democrático. Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade”, escreveu na rede social.

“Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar me intimidar e deter as denúncias que faço todo dia contra esse governo que está dilapidando nosso patrimônio público com esquemas de corrupção de escala inédita”, disse.

Os 14 mandados de busca e apreensão, cumpridos por um efetivo de 80 policiais federais, ocorrem em endereços de Fortaleza, Meruoca, Juazeiro do Norte (CE), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA). Lúcio Ferreira Gomes, irmão de Ciro e Cid, também é alvo das diligências.

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As ordens foram expedidas pelo juiz Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, da 32ª Vara Federal Criminal do Ceará. Além das buscas, o magistrado autorizou a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Ciro e Cid.

Segundo os investigadores, as fraudes ocorreram entre 2010 e 2013, anos em que o estado era governado por Cid Gomes. Haveria indícios de pagamentos de R$ 11 milhões em propinas diretamente em dinheiro ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas, para beneficiar a empresa Galvão Engenharia no processo licitatório da Arena Castelão.

“Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraudes em licitações, associação criminosa, corrupção ativa e passiva”, diz a PF em nota.

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O que disse Ciro Gomes

“Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um pais democrático. Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade.

O pretexto era de recolher supostas provas de um suposto esquema de favorecimento a uma empresa na licitação das obras do Estádio do Castelão para a Copa do Mundo de 2014. Chega a ser pitoresco. O Brasil todo sabe que o Castelão foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002. Ou seja, foi o estádio mais econômico e transparente já feito para a Copa do Mundo.

Mas não é isso. E sejamos claros. Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados. Não exerci nenhum cargo público relacionados com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que NUNCA me encontrou.

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Tenho 40 anos de vida pública e nunca fui acusado nem processado por corrupção. Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pre-candidatura à presidência da republica. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018.

O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim. Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar me intimidar e deter as denúncias que faço todo dia contra esse governo que está dilapidando nosso patrimônio público com esquemas de corrupção de escala inédita.

Nuca me senti um cidadão acima da lei, mas não posso aceitar passivamente ser tratado como um subcidadão abaixo da lei. Sou um homem do embate, do combate e do Direito. Essa história não ficará assim. Vou até as últimas consequências legais para processar aqueles que tentam me atacar. Meus inimigos nunca me intimidaram e nunca me intimidarão. NINGUÉM VAI CALAR A MINHA VOZ”

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