Cid Gomes diz que Dilma ‘tem as qualidades necessárias’ e que está feliz com sua saída

O ex-ministro afirmou que o pedido de demissão foi feito em caráter irrevogável, e que não deu espaço para Dilma dizer que não o aceitaria

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após pedir demissão à presidente Dilma Rousseff (PT), o agora ex-ministro da Educação, Cid Gomes falou com jornalistas e disse estar “feliz” com sua saída, além de criticar novamente o Congresso. “A meu juízo ela tem as qualidades que são necessárias”, afirmou. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

O ex-ministro afirmou que o pedido de demissão foi feito em caráter irrevogável, e que não deu espaço para Dilma dizer que não o aceitaria. “A minha declaração, e mais do que ela, a forma como eu coloquei a minha posição na Câmara, óbvio que cria dificuldades para a base do governo. Pedi demissão em caráter irrevogável, agradecendo a ela. Eu não dei margem [para Dilma insistir ou dizer não]. Eu disse: ‘Presidente, lamento muito, agradeço, mas estou aqui entregando o cargo de ministro'”, afirmou.

“Eu disse para ela que lamentava muito, que tinha muito prazer, que confiava nela, que acreditava nela, continuo acreditando, continuo confiando. Agora, a minha presença no ministério ficou numa situação de contraponto, de indisposição com a base que apoia o seu governo”, afirmou Cid.

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“Eu estou feliz. Lamento pela educação do Brasil. Lamento porque tem muito o que fazer, e eu estava muito entusiasmado. Eu tinha muito entusiasmo pelo ministério da Educação. Já tinha visitado seis Estados em dois meses e pouco. Iniciamos projetos que são importantes para melhorar a educação pública no Brasil”, disse.

A decisão pela saída de Cid Gomes foi tomada após uma sessão conturbada no Congresso, onde ele foi convocado a prestar esclarecimentos sobre fala de que a Casa tem grande maioria de “achacadores”. A expectativa do governo era que ele se desculpasse pelas declarações e tentasse recompor suas relações.

Porém, ele não só não fez isso como, dedo em riste em direção ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse: “Prefiro ser acusado de mal educado a ser acusado de achacador como ele [Cunha], que é o que dizem dele as manchetes dos jornais”.

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Com isso, os líderes se revezaram na tribuna para exigir a demissão de Cid Gomes. De acordo com a Folha, a cúpula do PMDB avisou diretamente a um auxiliar de Dilma que o partido não abriria mão de que ele fosse demitido ao cargo ao término da sessão. “Ou é isso ou ela perderá o partido. Dessa vez é sério”, disse um peemedebista.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.