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SÃO PAULO – Após o Datafolha, que mostrou a popularidade da presidente Dilma Rousseff com uma forte queda, e em meio ao escândalo na Petrobras (PETR3;PETR4), animosidades de Dilma com o Congresso e novos pareceres, ressuscita-se cada vez mais a palavra impeachment. Ontem, no Senado, houve uma discussão bastante intensa entre os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Lindbergh Farias (PT-RJ) sobre o assunto.
E, em meio ao cenário de queda de popularidade de Dilma, as consultorias políticas Eurasia Group e Arko Advice traçaram as chances de um impeachment da presidente. Em relatório, a Eurasia Group vê uma chance de 20% de Dilma não conseguir completar o mandato, enquanto a Arko Advice viu as chances dobrarem após o Datafolha: se antes a chance era de 15%, agora é de 30%.
A Arko destacou que o porcentual, “embora pequeno, é significativo”, lembrando que já existe nas redes sociais a convocação de uma manifestação pró-impeachment para o dia 15 de março.
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Já a consultoria de risco Eurasia Group revisou a sua previsão de curto prazo para o Brasil na última segunda-feira (8) de positiva para neutro e, em meio ao cenário turbulento que estamos vivendo na economia e política. E ressaltou que, até o momento, Dilma não está implicada no escândalo de propina na Petrobras, que vem sendo um dos principais fatores negativos para o governo.
E este foi um dos fatores para que a presidente Dilma, de acordo com a pesquisa Datafolha do último sábado, registrasse forte queda: “… A confluência do aprofundamento de um escândalo na Petrobras, crises de água e energia iminente, e um Congresso mais independente […] provocaram uma queda no apoio público de Dilma, mais cedo do que o previsto; o abrandamento econômico e a investigação de corrupção continuarão a pesar na aprovação nos próximos meses”, conforme destaca a Eurasia.
Mas esses fatores não vão “minar fatalmente o curso de Dilma na gestão econômica”, escrevem os analistas da Eurasia Group Christopher Garman, João Augusto de Castro Neves e Cameron Combs. Eles concluem que, para impeachment acontecer, as seguintes condições devem ser atendidas:
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A ligação direta entre Dilma e o “dinheiro sujo”. A investigação do STF teria que encontrar evidências claras de que o escândalo de propinas na Petrobras financiaram a campanha presidencial – além de um delito passível de impeachment de Dilma.
Lula abandona a administração. Enquanto Lula permanecer ao lado de Dilma Rousseff com um olho para voltar em 2018, ele será capaz de unir o PT e os trabalhadores organizados em defesa do governo. As tensões entre Lula e Dilma estão crescendo, mas os planos de Lula para voltar em 2018 estão contidos também sobre a capacidade de Dilma para terminar seu mandato.
A oposição calcula que o impeachment aumenta suas chances em 2018. Isso é possível, mas ter o PMDB assumindo a presidência, com o vice-presidente Michel Temer, poderia complicar as chances do PSDB de recuperar o palácio presidencial. Temer, por exemplo, poderia se candidatar a reeleição.
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Declínio prolongado em aprovação. Os números de aprovação de Dilma precisam ser muito baixos por um longo período de tempo para que os eleitores aceitem o impeachment como democraticamente justificável.
Em relação a esses fatores, a Eurasia acredita que eles são possíveis, mas que a probabilidade de acontecerem são relativamente baixas. O problema, porém, é se os ajustes na área econômica vão demorar mais tempo para dar resultado. Eles ressaltam que, provavelmente, o governo terá que rever para baixo a sua meta de superávit fiscal de 1,2% do PIB em 2015.
“E se, de fato, a economia está indo para uma recessão, o ajuste fiscal continuará a ser drástico em 2016. E, com o Congresso se tornando mais encorajado, as chances do orçamento derrapar vai crescer ao longo do tempo. A administração já espera algum enfraquecimento de algumas das suas medidas de austeridade fiscal no Congresso”, afirma.
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“A grande questão para o segundo mandato de Dilma Rousseff é sobre a correção em curso da gestão econômica, um grande contraste com o seu primeiro mandato. O custo dessa correção de curso, no entanto, será muito mais dolorosa do que Dilma imaginava, e propenso a riscos de governabilidade maiores nos próximos meses”, afirma a Eurasia.
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