Chanceler alemão vai anunciar 31 mi de euros para Fundo Amazônia em visita a Brasília na 2ª-feira

Governo brasileiro também recebeu a sinalização positiva de outros potenciais doadores, como o Reino Unido, que poderão vir a participar do fundo

Reuters

Olaf Scholz, chanceler da Alemanha (Foto: John Macdougal-Pool/Getty Images)

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O chanceler alemão, Olaf Scholz, vai oficializar em sua visita ao Brasil, na próxima segunda-feira, a liberação de 31 milhões de euros –cerca de 170 milhões de reais– para o Fundo Amazônia, disse nesta sexta-feira o embaixador Kenneth Nóbrega, secretário de Europa do Ministério das Relações Exteriores.

Os recursos serão divididos em duas partes, com 10 milhões de euros destinados a projetos de bioeconomia na região amazônica e outros 21 milhões de euros para ações de combate ao desmatamento.

Em dezembro, depois da confirmação da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Alemanha e a Noruega, principais financiadores do Fundo Amazônia, já haviam se comprometido a liberar novos recursos para o fundo, com a Alemanha prometendo aplicar rapidamente 35 milhões de euros.

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O governo brasileiro também recebeu a sinalização positiva de outros potenciais doadores, como o Reino Unido, que poderão vir a participar do fundo.

Alemanha e Noruega haviam congelado a liberação de recursos para o Fundo Amazônia em 2019, quando o governo de Jair Bolsonaro levantou suspeitas de irregularidades na atuação de ONGs que recebiam recursos do fundo. O então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mudou as regras de gestão do fundo sem consultar os doadores, e o fundo ficou em suspendo desde então.

UE – Mercosul

Scholz chega ao Brasil para uma visita oficial de um dia na segunda-feira, e a liberação de recursos para o Fundo Amazônia será o principal ato do encontro –primeira visita individual de chefe de Estado que Lula receberá depois da sua posse.

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No entanto, um dos temas centrais da conversa deverá girar em torno do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, que o presidente quer ver andar rapidamente. Assinado inicialmente no governo de Jair Bolsonaro, o acordo não foi adiante pela resistência dos europeus à política ambiental de Bolsonaro.

O governo brasileiro quer aproveitar a pausa para rever alguns pontos do acordo comercial, visto como excessivamente benéfico aos europeus, ao mesmo tempo que irá reafirmar os compromissos ambientais exigidos pelos europeus.