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(SÃO PAULO) – “A chance de reeleição de Dilma Rousseff é de 70% com viés de baixa”, segundo Ricardo Ribeiro, analista da MCM Consultores Associados e doutorando em Política pela USP. Em entrevista do InfoMoney, Ribeiro afirmou que já vinha trabalhando com esse percentual de 70% em suas projeções, mas, com a complicação do quadro político e a queda na aprovação ao governo já mostrada por uma pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira, ele acredita que as chances da presidente possam cair em breve.
O especialista afirmou que analisou as variações das aprovações aos governos Lula e FHC em 2006 e 1998, respectivamente, e descobriu que oscilações negativas ou positivas nesse quesito sempre acabam refletindo nas intenções de voto na tentativa da reeleição. Portanto, seria questão de tempo para que a queda no índice de eleitores que consideram o governo Dilma ótimo ou bom – que, segundo o Ibope, teve uma redução de 43% para 36% entre dezembro de março – passe a refletir também na corrida presidencial.
A avaliação é importante porque os dados das últimas duas pesquisas do Ibope pareceram conflitantes. Ambos os levantamentos foram concluídos há cerca de 10 dias. Mas, enquanto a aprovação ao governo caiu, as intenções de voto em Dilma permaneceram estáveis em 43%. Já os eleitores que declararam que votarão em Aécio cresceram de 14% para 15% (dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais, portanto) ao mesmo tempo em que Eduardo Campos permaneceu com 7%. A única variação representativa na última pesquisa do Ibope foi a dos votos brancos e nulos, que aumentaram de 21% para 25% entre novembro e março.
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Ricardo Ribeiro lembra, no entanto, que tanto Campos quanto Aécio ainda são pouco conhecidos entre uma parcela representativa dos eleitores brasileiros. Mas o aumento do descontentamento da população com a presidente e com o governo já é perceptível e deve reduzir sua vantagem na corrida presidencial em breve à medida que os eleitores conheçam suas propostas. Ele acredita que a piora do ambiente econômico, a perda de “rating”, a persistência da inflação em patamares elevados e a crise política foram percebidos pela população nesse período e ajudam explicar o declínio na aprovação ao governo.
O analista também acredita que o eleitor comum já começa a perceber a crise da Petrobras como uma deficiência do governo, ainda que isso não tenha se refletido nas pesquisas realizadas pelo Ibope, que foram concluídas em 17 de março. A possível instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a compra de uma refinaria em Pasadena (EUA) pela Petrobras por um preço aparentemente suspeito pode aumentar ainda mais o desgaste de Dilma junto aos eleitores.
De forma geral, no entanto, a presidente ainda é a favorita à reeleição porque terá dinheiro para a campanha eleitoral, terá uma grande coalizão que vai lhe garantir mais tempo de rádio e TV na propaganda eleitoral gratuita e porque ainda tem uma parcela fiel de eleitores que recebem benefícios do governo ou que aprovam o que o PT tem feito desde 2002.
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O InfoMoney vai publicar a entrevista completa com o analista política da MCM na próxima segunda-feira.
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