Chance de impeachment de Dilma cresceu de 10% para 20-25%, diz banco

Para João Pedro Ribeiro dos Santos, analista para América Latina da Nomura, o processo de impeachment é tanto jurídico quanto político e que os dois contextos estão ficando piores para o governo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio ao barulho político e aos acontecimentos das últimas semanas, a corretora japonesa Nomura elevou a probabilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff de 10% no começo de 2015 para 20-25%.

O analista para América Latina da corretora, João Pedro Ribeiro dos Santos, destaca que o processo de impeachment é tanto jurídico quanto político e que os dois contextos estão ficando piores para o governo. E, embora não haja ainda um ponto de ruptura em ambos, “estamos chegando mais perto”.

“Nós não atribuimos uma maior probabilidade ao cenário de impeachment por duas razões”, afirma a Nomura. Uma das razões está associada ao campo político e a outra à esfera jurídica. 

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Sobre a frente política: “pode ser mais vantajoso para os adversários (muitos dos quais também estão ligados a alguns dos escândalos de corrupção que envolvem o governo ou podem estar no futuro) ter uma presidente frágil no comando, com baixo suporte e constantemente forçada a tomar decisões impopulares, abrindo caminho para um 2018 com mudança de governo, sem que a oposição tenha que governar durante os próximos anos economica e politicamente desafiadores”.

Sobre a frente jurídica: “a presidente Dilma Rousseff não foi condenada por nada ainda. Além disso, a interpretação mais comum da lei brasileira sugere que a presidente deve ser considerada culpada de irregularidades no atual mandato presidencial para haver impeachment. Mesmo que este não bloqueie os caminhos em jogo e há interpretações divergentes sobre o assunto, é um obstáculo”, afirma Ribeiro.

O relatório destaca ainda ser difícil apontar datas-chave para acompanhar o caso, porque muitos eventos importantes não têm um calendário definido. “No curto prazo, destacamos a terceira semana de julho, quando o TCU (Tribunal de Contas da União), que vai julgar as contas fiscais de 2014, vai ouvir a defesa do governo”, avalia o economista.

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E aponta que a instabilidade política traz muitas incertezas e riscos para a gestão da economia. “Mesmo que o impeachment se torne realidade, não trabalhamos com um cenário de agitação social ou qualquer tipo de crise que afete o controle das instituições”, observa a Nomura.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.