Cerveró “lindinho”, a ânsia de Levy e duelo Cunha-Dilma: as frases que marcaram a semana

Política teve uma semana um pouco mais tranquila; contudo, os ânimos estão longe de não estarem calmos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A política teve uma semana um pouco mais tranquila. Mas, mesmo assim, não quer dizer que os ânimos não estejam acirrados, principalmente em Brasília. 

Uma das provas disso foi o embate entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ambos lutam para continuarem em seus cargos. 

Ao mesmo tempo, o ministro Joaquim Levy mostrou maior otimismo e disse que a economia, apesar das previsões contrárias, pode sim voltar a crescer em 2016. Enquanto isso, mais trechos do livro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Diários da Presidência, foram divulgados, trazendo novas revelações sobre a rotina do ex-presidente quando ocupava o cargo. Confira as principais frases da semana:

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Embate Dilma-Cunha 

“Eu lamento que seja um brasileiro”
Dilma Rousseff, na Suécia, ao falar sobre repercussão internacional do escândalo envolvendo o presidente da Câmara

“E eu lamento que seja com um governo brasileiro o maior escândalo de corrupção do mundo”
Eduardo Cunha, ao rebater a presidente, em Brasília

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“Primeiro, não vou comentar palavras do presidente da Câmara. Segundo, meu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção. Não é o meu governo que está sendo acusado atualmente”
Dilma, na Finlândia, em tréplica contra Cunha

“Não sabia que a Petrobras não era do governo”
Cunha, em seu último embate contra a presidente durante a semana

Mais Cunha

O pessoal estava brincando hoje, não tem operação Lava Jato, é operação Lava Cunha”
Cunha, ao afirmar que tem convicção de que ele é “alvo seletivo” das investigações na Operação Lava Jato por “razões políticas” 

“Eu acho graça de alguns que vêm aqui falar da minha renúncia, mas não pedem da presidente Dilma. Se for pelo mesmo parâmetro, você teria muitas e iguais motivações”
O presidente da Câmara, sobre as pressões para que ele saia do cargo 

“Se ela [CPMF] já é difícil na proposta inicial, dobrando a meta, vai ficar duplamente difícil”
Presidente da Câmara, afirmando que aumentar a alíquota da proposta de recriação da CPMF de 0,20% para 0,38%, para dividir com estados e municípios, torna duplamente difícil aprovar o novo tributo 

Levy e otimismo

“A gente precisa de crescimento, e crescimento já”
Joaquim Levy, ministro da Fazenda, em meio à necessidade de impulsionar o crescimento do Brasil

“A capacidade da economia brasileira de responder é muito grande, a disposição das pessoas responderem à nova realidade de preços é muito grande, as pessoas estão um pouco retraídas por outros fatores, mas o potencial de crescimento da nossa economia está presente e a possibilidade de recuperação, inclusive no ano que vem, não é nada desprezível”
Levy, otimista, ao falar que a capacidade da economia se recuperar no ano que vem “não é nada desprezível”

Lula nega

“Eu disse ao próprio Levy, numa visita no meu escritório, de que a melhor notícia que Dilma tinha dado depois da vitória dela foi a indicação de Levy”
Lula, ex-presidente, ao negar que tenha pressionado Dilma pela saída de Levy; seria “desleal” com a presidente Dilma Rousseff, afirmou

“Não tem acordo, porque eu não tenho nem mandato para fazer acordo. O que eu tenho é liberdade para conversar com todo mundo”
Lula, ao negar acordo com Eduardo Cunha. Segundo rumores, o governo tentaria uma ponte com Cunha, evitando que ele fosse cassado após denúncias de corrupção, em troca de não deixar passar processos de impeachment contra a presidente Dilma.

 “Queria pedir para vocês é que os petistas voltem a ter orgulho do PT. Se alguém nosso errou, vai pagar, como qualquer cidadão. Mas o que não se pode admitir é que gente que a gente sabe que roubou a vida inteira venha a chamar o PT de ladrão. A gente não pode permitir”
O ex-presidente, em evento realizado em Teresina com militantes, afirmando que quem “roubou a vida inteira” não pode chamar os petistas de ladrões

 Enquanto isso, na Justiça…

“Mas o que está ocorrendo agora eu diria que é uma revolução, porque o Judiciário está cuidando dos escândalos”
Ricardo Lewandowski, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ao falar sobre a Operação Lava Jato durante palestra em Washington

 “Não adianta esconder bens fora do Brasil porque a cooperação internacional intensa permite identificar e recuperar esses valores”
Rodrigo Janot, procurador-geral da República, em indireta sobre quem tenta esconder bens fora do País

 “O tema de pagamento de propina foi apresentado ao declarante por Luis Carlos Moreira. Por volta de julho de 2006, quando o declarante estava começando a trabalhar no desenvolvimento do projeto do navio sonda Petrobras 10000, Moreira mostrou uma planilha de divisão de propinas da área internacional da Petrobras; nesta planilha constavam codinomes (apelidos); que o apelido de Nestor na planilha era Lindinho.”
Eduardo Musa, em delação premiada, ao afirmar  que o apelido do ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró em planilha de propina era ‘lindinho’ 

E, por fim, as revelações de FHC

“Eu queria ouvi-lo sobre a Petrobras. Ele me disse que a Petrobras é um escândalo”
Fernando Henrique Cardoso, em seu livro “Diários da Presidência – volume 1″; informação foi repassada a FHC por Benjamin Steinbruch, dono da CSN, no dia 16 de outubro de 1996 

“Essa base de apoio eu a estendi depois das eleições e peguei o PMDB (…), e vejo assim o futuro também. Seja eu o presidente ou outro (…), ninguém vai poder governar o Brasil sem ampla base de apoio”
Trecho do mesmo livro, desta vez atestando o que os seus sucessores foram saber depois: não se consegue governar sem o PMDB

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.